quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Cagantchas para V. Exas.!

Claro que, quem é mais velho, e está neste espaço, só pode pensar em aproveitar para celebrar a vida.

Mas (é com mágoa que o escrevo),  sejamos directos e actuais: o que é que andou, por exemplo, a equipa Sócrates a fazer, para ter agora que aparecer com esta carrada de medidas draconianas que aperta novos e retira saúde a velhos?

É a pergunta, sobretudo, dos jovens, dos que estão ainda no mercado de trabalho ou a ele se pretendem candidatar.

Para que serviram, para que servem as ditas Novas Oportunidades?

Para que serve o Magalhães?

Afinal, qual é a face social ista deste governo? O que é isso?...

Se tudo constitui uma inevitabilidade, como é que se deixaram chegar as coisas a este ponto?

Um dia destes, na RTP 1, alguém lembrou que Portugal é um dos maiores países da Europa, tendo em conta o seu espaço terrestre e marítimo. Que vamos fazer? Que vamos fazer, meus senhores?...

Eu sei que vamos ter na rua os sequazes das monarquias da Coreia do Norte e de Cuba ... Mas não é, digo eu, nesses regimes que queremos viver: somos republicanos, sobretudo agora que, 5 de Outubro à vista, a coisa mete foguetório, e é aí que queremos estar, sem desordem, mas bem governados... Seriamente governados. SERIAMENTE!

Enquanto isso não dá mostras de acontecer, a mim, pessoalmente, sobretudo, enquanto cidadão, pai e avô, o que me lembra hoje é Cambronne, o general de Napoleão, que, segundo alguns, desesperado, terá dito ( e, se não disse, digo eu...): MERDA! Ou, como se desabafaria na Beira Baixa, a que me ligam laços muito profundos: cagantchas, meus senhores! ...Cagantchas para V.Exas..

Ainda "Celebrar a Vida"...

Em 1962, casei-me e ganhava (não é segredo) 2 100$00. Como era habitual, os colegas (55, no caso) deram-me uma prenda em dinheiro: 10$00, 37 deles; 20$00, 16; 30$00, 1; e 50$00, 1.

Curiosidade: um dos simpáticos era o maetro Wolmar Silva, pai da Isabel Wolmar; outro era tio do jornalista desportivo Carlos Pinhão.

No dia seguinte à desgraça dos impostos, faço por esquecer... Permita-se-me que celebre assim a vida convosco.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"Celebrar a vida" - hoje *

Outubro de 1963

Primeira viagem (em termos absolutos) ao estrangeiro, no caso, ao serviço do "Diário de Notícias"

Despesas: estada e refeições na Suiça, 637$45; idem em Paris, 1 846$90; Viagem de combóio, em 2ª classe entre Berna e Paris, 298$80: táxis, metro e gratificações, 307$65; refeições na ida para Genève, 182$50; idem no regresso a Lisboa, 120$00; viagem de combóio, em 2ª classe, Lisboa-Genève, 1 073$50; idem Genève-Zurique, 162$90;idem Paris-Lisboa, 897$39. TOTAL 5 527$09.O "Diario de Notícias" não pagou cama no combóio e eu, jovem, lá fui dormindo...

Factura do restaurante Le Buffet, Hendaye, 5.70 de couvert e 0.90 de uma água Vittel

Em dia para esquecer, celebro a vida... Que remédio!...

Comunidades Portuguesas no Mundo: eureka!...

Zé - o bombo da festa...
A crise... CRISE! A crise... Andava a minha esperança aqui nas papeladas caseiras e, de repente, saltam-me de lá os estatutos da Confederação Mundial dos Empresários das Comunidades Portuguesas, com sede em Lisboa:

"Promover o intercâmbio social, económico e cultural entre todos os empresários das Comunidades Portuguesas e entre estes e os empresários residentes em Portugal."

Formidável! Eureka!...

Fiquei a pensar nisto, fui à NET "pesquisar", não percebi nada... e, de facto, a memória que tenho desta associação de direito privado é... é o edifício onde a conheci e que está há uns anos "entaipado" na avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa.

Ora bolas!...

Quadros do quotidiano

Um dia, passeava em Paris com minha mulher e, próximo do Louvre, perguntei a um parisiense quarentão, castiço, daqueles que "cheiram a marisco" e trajam em conformidade, onde era o Museu Pompidou.

A "resposta" veio pronta e significativa:

"C'est une merde!..."

Tive que perguntar a outro... O "insuportável" deve ter sido da responsabilidade do respeitável Louvre, ali à beira ...


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Frases

No Canal Um da RTP

Tânia Ribas de Oliveira: - Há muita gente que manda...

Comendador Almeida Roque (com 92 anos): - Não minha senhora, há muitos lugares de mando...

Palavras em saldo

9º DIA- dedicado à Comunidade de Leitores da Culturgest

"CORO

Muitos prodígios há; porém nenhum
maior do que o homem
Esse, co'o sopro invernoso do Noto,
passando entre as vagas
fundas como abismos,
o cinzento mar ultrapassou. E a terra
imortal, dos deuses a mais sublime,
trabalha-a sem fim,
volvendo o arado, ano após ano,
com a raça dos cavalos laborando.

E das aves as tribos descuidadas,
a raça das feras, em côncavas redes
a fauna marinha, apanha-as e prende-as
o engenho do homem,
Dos animais do monte, que no mato
habitam, com arte se apodera;
domina o cavalo
de longas crinas, o jugo põe,
vence o touro indomável das alturas.

A fala e o alado pensamento,
as normas que regulam as cidades
sozinho aprendeu (...)

Da sua arte o engenho subtil
p'ra além do que se espera, ora o leva
ao bem, ora ao mal;
se da terra preza as leis e dos deuses
na justiça e na fé, grande é a cidade;
mas logo a perde
quem por audácia incorre no erro."

in Antígona, de Sófocles

Os primos de Fernão Mendes Pinto - folhetim ( III )

Para Manuel da Costa, um Amigo, emigrante na Austrália

De uma palestra feita em Santarém, 1993 - a convite dos Rotários

"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Nomeio-vos alguns dos que, desconhecendo-lhes o distrito de origem, saíram do anonimato que constrói países: Valentim dos Santos Dinis, o do Pão de Açúcar, a quem se deve, além do mais, o primeiro hipermercado da América Latina, com uma área de 15 mil metros quadrados; Dimas de Melo Pimenta, o homem que sabe tudo sobre relógios, que tem o título de Cidadão Paulistano e de "Fellow" do "British Horological Institute"; Joaquim Baraona, antigo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, emigrado da vaga de 1975, para se dedicar, com êxito, ao imobiliário, no Estado do Espírito Santo; Manuel Marques, o guitarrista, admirador de Carlos Paredes, que, em S. Paulo, interpreta Bach, Chopin, Schubert, Gounod, Mozart, Vila Lobos e, por certo, Marceneiro, quando a saudade aperta; Joaquim Moleirinho, que, inicialmente, sozinho, de mestre d'obras "virou" empresário e que tem comendas com fartura; Gouveia da Silva, adjunto, cá, e sócio-director, lá - lá, em Curitiba, ido de uma Angola em ebulição; Lúcia Santos, fadista, "a poveirinha dos olhos azuis", que tem como modelo a voz de Amália e que acha que "não merece no Brasil o mesmo tratamento dado aos brasileiros que actuam em Portugal"; Rui Santos, o diplomata-poeta; António Gomes da Costa, o bancário, licenciado pela Faculdade de Ciências Económicas da Universidade do Estado da Guanabara, cujos escritos, a propósito da nossa comunidade no Brasil, mais vezes aparecem na imprensa portuguesa; Toni Correia, o "Jacinto" da telenovela "O Casarão", que diz que "não tem medo de ser devorado pelas mulheres, mas de magoá-las"; João Alves Sobrinho, o presidente do Grupo J. Alves Sobrinho, que, do seu quartel-general do nº 173 da Rua Plínio Ramos, em S. Paulo, dirige, entre outros, o grande empreendimento "Shopping
Center" Eldorado, que arquitectos portugueses conceberam e turistas de todo mundo visitam, como um dos pólos de interesse da capital brasileira do consumo.

Ferreira de Castro, in "A Selva": "O resto era a selva, com a sua vida sombria, ali pertinho e fechada num anel estrangulador. Sentia-se-lhe a existência pesada, enigmática, numa vigília que dir-se-ia uma ameaça, um pânico jacente. Cansados da muralha, os olhos tinham de procurar no céu um pouco de lonjura
e de enlevo". 

Mas se há destino que sempre fascinou uma parcela significativa de primos de Fernão Mendes Pinto, esse destino é os Estados Unidos do Norte, onde, por exemplo, em New Bedford, cú do tio Sam, encontrei inúmeros compatriotas nossos, provenientes, em especial, dos Açores. Com efeito, de um total (1966 - 1990) de 159  475 emigrados para aquele país, 81 987 são, na verdade, açorianos e trabalham nas fainas piscatórias. A título de curiosidade, direi que apenas 1728 disseram ser de Santarém.

Permitam-me, entretanto, a leitura de um postal divulgado há uns anos, em New Bedford, por um tal Teotónio Almeida, de que não disponho de referências:

"Amigo turista e senhor: está interessado em Portugal, na sua cultura, na sua gente? Preocupa-o o preço das passagens e o inferno da inflação? Ouça um conselho amigo: não vá. Fique aqui nos Estados Unidos. Poupe o seu dinheiro. Guarde as divisas para o país. Veja Portugal aqui. Se não tem tempo de férias, escolha New Bedford, por exemplo. Isso bastar-lhe-á para ver um Portugalinho em acção. Vibrante. Frenético. Caloroso e emocionante. Teatral e apaixonado. Venha ver essa acção. Uma acção especialíssima: a acção da palavra que age falando. E que falando, provoca mais fala. Provoca a palavra e o palavrão. Electriza e pega fogo na boca das pessoas. E largam todas a falar. A falar. De ouvidos tapados. E cada um é que é bom. Ele e o compadre. Os outros são todos uns bandidos, uns infames, uns filhos da mãe. Cada um é que sabe e tem a solução para endireitar os demais. O outro é um asno. O que fala é que é tudo. E vai ver, senhor turista, que nenhum programa de televisão o entusiasmou tanto alguma vez na vida. Ali é que é fogo. Até as pessoas se esquecem que trabalham. Venha ver primeiros de Dezembro, cincos de Outubro, vinte e cincos de Abril. Quase todos os dias. Só por pouca sorte não haverá uma dessas revoluções de boca no dia que você escolheu lá ir.

New Bedford da falação é a imagem do que foi o parlamento português, do que é a Assembleia da República, do que foi, e é, o fim-do-mundo-em-palavras de uma discussão portuguesa. Você vai sentir-se em casa. Vai refrescar a alma com o som da palração encadeada, vai lusitanificar os pulmões. Venha, senhor turista, venha!"

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Portas *


E M E R G Ê N C I A

A B E R T U R A

P O R T A S



*No interior das carruagens do Metropolitano de Lisboa

DEVE sem HAVER


O CUSTO DE COISAS...


Retratos "à la minute"

Dois apontamentos "pitorescos" acerca da Feira de Sabores que o Continente organizou no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, entre 24 e 26 do corrente, com, pelo menos aparente, êxito.

1. Uma equipa de reportagem vídeo fixou imagens com produtores de frutas e legumes a dizerem, e repetirem para as câmaras, frases ditadas pela repórter, que culminavam com um  OBRIGADO!...(também  ele "soprado"...).

???

2. Uma fila com mais, mais de 10 metros (DEZ METROS!...) de portugas, formou-se, ao fim da tarde de ontem, para receber, "de borla", um copinho de plástico com quatro ou cinco bolinhas coloridas de chocolate, com cerca de centímetro e meio de diâmetro cada...

???

domingo, 26 de setembro de 2010

Rostos

Emigração

Todos os temas podem estar esgotados, acredito. Mas se ainda não vivemos no Paraíso, há que insistir nas "ameijoas" por abrir... Emigração versus amor: está esgotado? Não acredito. Com todos os seus defeitos, concordemos num ponto: a INTERNET está a dar um jeito... Banal. Ok, seja-me perdoado.

A cena é esta: num dos mais concorridos Centros Comerciais de Lisboa, um jovem casal de Leste, rosto pegado a rosto, frente a um computador público, mata saudades, beija-se, quase beija o "écran", sorri, fala para alguém que, "do outro lado da atmosfera", quiçá, na Rússia, acabo por, de relance, perceber "em linha", atento aos sons e às imagens que, da Ocidental Praia, recebe - "na hora".

E fico a pensar nas "novas" ondas da emigração. No rombo feito ao grande obstáculo da antiga saudade. No que, também desta maneira (prucurar pão longe do berço), já foi mais traumatizante do que era...

Claro que a NET ainda não transmite cheiros, ainda não tem mão na mão, ainda não...ainda não...Mas, para os que possam ter alguma capacidade de adaptação a novas paisagens, o caminho está agora francamente mais aberto. E os governos têm que pensar nisto... Quer dizer,, cumpridas as leis de cada um, o melhor será, definitivamente, todos admitirmos a necessidade de falar vários idiomas - ou um qualquer esperanto, quiçá, inglesado, que nos salve...

Na prática, custos das ligações entre, no caso, o Centro Comercial Vasco da Gama e "a distância":

Um euro ..... 15 minutos de imagens e som

Um euro e cinquenta cêntimos ..... 30 minutos de imagens e som

Dois euros ..... 45 minutos de imagens e som

Dois euros e cinquenta cêntimos ..... 60 minutos de imagens e som.

Isto é, com algum sangue menos quente, a emigração já não é o que era - e todos temos que nos adaptar...

Rostos

sábado, 25 de setembro de 2010

Na aldeia, ao serão, com a Adélia ( V ) *

O ÁGUIAS (do Dominguizo, no concelho da Covilhã)

Levante o nosso grupo
Rebola, rebola a bola, a bola
E sempre rebolando
Do maior ao pequenino
Todos lhe dão o jeitinho
Para a bola ir chutando

Chutai rapazes
Se sois capazes
Cumprir a glória
Com pontapé, rapazes
Com muita fé, rapazes
Ganha a vitória

Eram outros tempos, eram os tempos do pelado, que ainda lá está - às moscas...

Agora...agora é preciso "jogar" EM EQUIPA (sempre!) e fazer outras coisas... Sugestões não faltam...
Mas será que há juventude, juventude no que ela, toda a vida, teve de melhor?...

Reencaminhem, digam à Câmara, digam à Junta de Freguesia, digam a "meia dúzia" de jovens que não sejam velhos, digam aos homens e mulheres de negócios que aí nasceram e que hoje prosperam. Façam disto conversa, esqueçam rivalidades idiotas... Trabalhem! Não se escondam atrás de argumentos mesquinhos, de pretextos ultrapassados.Não façam como alguns governantes, dêem o vosso exemplo, abandonem a cultura do sofá, façam alguma coisa por vós e pelos vossos filhos e netos!...

Sugestões a partir da Lisboa, onde viveu quem fundou o ÁGUIAS, aí, no Dominguizo, nas Traseiras do Litoral

Sem ordem de importância:

Torneios de "snooker"

. para sócios
. abertos
. entre aldeias do concelho

Campeonatos de sueca

. para sócios
. abertos
. entre equipas das aldeias do concelho

Atletismo

. Corrida: volta ao Dominguizo, aberta ou não a populares de outra aldeias do concelho

. Lançamento do peso
 
 A nível concelhio, nos terrenos do campo de futebol da aldeia (no tal pelado...).

. Provas de força

A nível do concelho, cinco contra cinco, por exemplo, a puxar uma corda, nos terrenos do campo de futebol da aldeia.

Ténis de mesa

(mesas a ceder por quem as tiver. Com o patrocínio da C.M.C.)

No espaço do pavilhão do Águias. Entre equipas do concelho com níveis etários a definir.

Futebol de salão

Calendário a organizar com apoio da C. M. da Covilhã.

Xadrez

Torneio concelhio no espaço do pavilhão do Águias.

Damas

Idem.

Campeonato de fados

A nível concelhio, no Auditório Carlos Pinto

Cantigas populares

Idem.

Torneio de tiro ao alvo

No campo de futebol, aberto a todo o concelho, com a colaboração dos "caçadores".

Futebol

Torneio concelhio no "pelado" da aldeia, entre equipas populares.

Concurso de quadras populares inéditas - a nível concelhio.

Exposição de pintura

A nível concelhio, no salão principal do Águias.

Exposição de fotografia

Livre e/ou temática, a nível concelhio, no salão principal do Águias.

Exposição de rendas e bordados feitos à mão

Idem.

Karaoke

A nível concelhio, no Auditório Carlos Pinto

O Dia da Criança

Centradas nos espaços do Águias, actividades a definir com os professores da (s) escola (s)

Esculturas em ferro velho

No pavilhão do Águias. A nível concelhio ou distrital.

Colchas (modernas ou antigas)

Exposição a nível distrital, no pavilhão do Águias.

Colecções (a definir) Exposição

A nível concelhio (?) No salão ou no pavilhão do Águias.

Jantar dos Veteranos

Para os sócios com mais de X anos de "fidelidade" ao (s) clube (s) da sua terra. Pavilhão do Águias.

Arranjos florais

Exposição, a nível concelhio, no salão do Águias.(

Os melhores alunos do Secundário

Festa anual para os finalistas com nota igual ou superior a ____ . No Auditório Carlos Pinto.

Ciclismo

Voltas à aldeia, centradas no Águias. A nível concelhio.

Jantar de recepção às famílias emigrantes

Em Agosto, todos os anos no salão do Águias. Com inscrições pagas pelos próprios.


* Porquê Adélia? Quem é a Adélia?, perguntar-se-á neste universo electrónico de biliões de anónimos "urbanos" que não sabe cantigas de cor...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Actualidade 3

1. Cá se fazem, lá nos pagam: sapatos.

2. Lá as fazem, cá se pagam: leis.

3. Lá se fazem, cá se pagam: dívidas.

Culturgest - Comunidade de Leitores *

Em debate, ANTÍGONA, de Sófocles

Apresentei-me:

"Sou o M.A. e, electronicamente, moro na ruadojardim7. Estou aqui para tentar contrariar a ideia de que "burro velho não aprende línguas..."

E, lido o livro, sem, decerto, a "formação especializada" da maioria (mais de 30 participantes), anotei, para começar, três perguntas:

. Quem deve fazer as leis da Pólis?

. Em nome de quem?

. E de quê?...

Não vou sublinhar as respostas obtidas. De resto, tomei poucas notas e, eventuamente, más notas... 

Foi, no entanto, o poder feminino que animou o alargado "debate". De tal modo que, a certa altura, me interroguei em voz alta, se, na Pólis, são, ou não, finalmente, as mulheres dos eleitos pelo Coro que mandam...

E, no meio de tão gradas presenças, por aqui me fiquei, ouvindo, ouvindo, não sem transcrever vozes da populaça, a concluir a Antígona, em discussão:

"Para ser feliz, bom-senso é mais do que tudo". Disse-o Sófocles em 468 a.C..


* Em tempo: H.V. teve a amabilidade de me enviar alguns saberes e palavras simpáticas que registei, sem as conseguir transcrever, como era meu desejo. Aselhice, claro. Estarei, entretanto, presente sempre que possa para a/vos ouvir e...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Sem palavras

Os primos de Fernão Mendes Pinto - folhetim ( II ) *

Para José Minhoto, presidente da Junta de Freguesia do Dominguizo

De uma palestra feita em Santarém, 1993 - a convite dos Rotários

"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Podia falar-vos, entretanto, de outra gente nossa, bem sucedida, na pátria de "mon ami Mitterrand": Manuel Rodrigues, guarda da prisão-museu da Conciergerie, guia turístico e pintor; Celina, a porteira-escultora, casada com um português que se diz decorador de profissão e pintor de construção civil nas horas vagas (em casa das tais "madamas" de Paris, presumo); Costa Camelo (entretanto falecido, actualizo), o pintor dos grandes espaços bretões, que trocou a sua Covilhã de origem pela Cidade-Luz, onde, num final de tarde, nas traseiras do Sacré-Coeur, bebi, em sua casa, chá feito e servido numa lavada caçarola de alumínio; Jorge Martins, o pintor que acha que o "ser-se moderno é ser-se autêntico, sem se estar à moda" e que "Lisboa tem cor de burro quando foge"; Júlio Pomar, Van Gogh do traço, sem o desespero do suicídio; Vieira da Silva, "do nosso arrependimento", neta de pioneiro do extinto jornal "O Século" (da minha emoção, escrevo-o agora pela primeira vez), pintora do Mundo, que via luz própria nos prédios de Lisboa.

Mas há que não ignorar também o outro lado das coisas e, sem dó nem piedade, falar da França ganha-pão, que, às vezes, dá moradias em Portugal e segundas gerações envergonhadas no país de opção.

Cito José Saramago: " França são longas viagens de combóio, uma grande tristeza, um maço de notas atado com um cordel e ciúme estúpido de quem ficou e agora murmura de quem lá foi, está rico. São as invejas do pobre, o mal que se querem uns aos outros por motivo de interesses."

Convido-vos agora a dar um salto ao Brasil, no itinerário da minha peregrinação, destino célebre na nossa emigração ("Português de Braga, português do Mundo"), em tempos não tão longe como isso. Socorro-me de Miguel Torga:

"No dia seguinte acordei para a terra onde estava a minha felicidade.

 A avaliar pelo que via, o Brasil, o Brasil que me ia enriquecer como a toda a gente, era uma casa enorme suspensa numa lomba por meia dúzia de esteios de madeira, celeiros e cocheira ao lado, um terreiro enorme em frente, moinho, chiqueiro e vacaria em baixo, ao pé do ribeiro, laranjeiras carreagadas no pomar, à direita, e arvoredo cerrado a toda a volta.

Mas a visão alargou-se, pouco depois. Havia ainda quilómetros e quilómetros de cafezais, encostas plantadas de cana de açúcar, várzeas cobertas de arrozais, extensões enormes de
mata virgem (porque o que eu vira eram simples capoeirões), montes e montes cobertos de capim, onde pastavam grandes manadas de gado, o engenho, a usina, o alambique, um rio do tamanho do Corgo - e pretos e pretas a torto e a direito.

A seguir meu tio, que me mostrava a fazenda, ia vendo, ouvindo e fixando nomes. Inhame, mandioca, quiabo, manga, abacaxi, jacarandá, tucano, araponga... Nada do que aprendera em Agarez
servia ali. Nem os ninhos eram iguais. Alguns, suspensos das árvores, pareciam lampiões pendurados. Os pássaros cantavam doutra maneira, os frutos tinham outro gosto, e, onde menos se esperava, havia cobras disfarçadas, enormes, bonitas, sempre de cabeça no ar, à espera."

Os últimos números apurados: de 1966 a 1990, acordaram para os cafezais e as modernas matas virgens: 22 325 primos de Fernão Mendes Pinto, dos quais 506 do distrito de Santarém."

* Apesar de tudo, quando muito, podem ter mudado as pessoas... As questões de fundo, essas...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Na aldeia, ao serão, com a Adélia (IV) *

Malandrices

Para andar de camião
Para andar de carruagem
De dia para o passeio
De noite para a garagem

De noite para a carruagem
A fazer limpeza ao carro
Bem sabias tu menina
Que eu era homem casado

Que eu era homem casado
Criado na malandrice
Bem sabias tu menina
Que os homens são uns patifes...


* Porquê Adélia? Quem é a Adélia?, perguntar-se-á neste universo electrónico de anónimos "urbanos" que não sabe cantigas de cor...

Desafio

No dia em que, entre nós, o tema Novas Tecnologias esteve "em cima da mesa..."

De repente, onde estavam 6000 (seis mil) fotografias não está NADA! A não ser que se  possa e queira pagar uma "recuperação" que pode custar uma pipa de massa.


S o c o o o r r o!!!


 Os nossos dados pessoais, as coisas importantes dos Estados estão agora quase todas em formato digital e insiste-se que não se perdem porque, chegada a altura, "a estrutura" está preparada para copiar, copiar e voltar a copiar... Antigamente dizia-se por graça: "...pode deitar fora depois de devidamente copiado à máquina..."


Acabo de vir do Museu da Fotografia, devidamente climatizado, creio,  onde a HISTÓRIA está em papel. E há, portanto, fotografias originais do "tempo dos reis"...Tratadas, como é óbvio.


Conclusão: embora esta "conversa" pareça CONTRA o digital, urge pôr os chineses, ou outros, a trabalhar na  preservação - contra a traça do efémero das chamadas novas tecnologias, nascidas para dar de comer aos desenfreados da sociedade de consumo - que se consome a si própria, sem dó nem piedade. Um pouco na velha lógica de quem vier atrás que feche a porta...


Vamos inventar o DURÁVEL, sem a lógica da cópia da cópia, e pensar numa arquitectura social baseada no NOVO, livre de canalhices... 

Não acredito que, por isso, tudo arrumado, falte trabalho. O que pode não haver é "engenho e arte" para o NOVO que não seja autofágico...

Ou há interesses a impedi-lo? Perguntem ao Bill Gates, que deve saber.

Faça-se a revolução do digital para um neodigital que gritantemente faz falta.

Digam aos laboratórios que estão a ficar obsoletos...Gritem isso às universidades.Digam aos netos que podem vir a não ter passado.


SOCORRO!!!
 Foto Mónica Ponce

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sócrates




Numa altura em que (desculpem a eventual imodéstia) este blogue está a subir nas suas "audiências", peço desculpa da "gracinha" do anúncio que fiz aqui no passado dia 15 do corrente ("Brevíssimos apontamentos a haver"), em que anunciei que me propunha escrever sobre "Sócrates".

Com que intenção? - perguntar-se-á. É simples: é o que certos órgãos de informação fazem "todos os dias"...
Isto é, criam um clima artificial que produza expectativa e... e procuram ganhar-lhe os efeitos - em receitas e/ou especulação política.

No meu caso, o que fiz não foi ganhar nada - a não ser "demonstrar" o, eventualmente, não demonstrado neste suporte electrónico.

As minha desculpas. Fiquem com o FILÓSOFO.

S Ó C R A T E S

"Um homem piedoso que foi executado por impiedade"

"Costumava andar descalço"

"Sábio é aquele que conhece os limites da sua própria ignorância"

"Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir"




"A sua vida continua a ser um enigma"

"O próprio sábio cora das suas próprias palavras, quando elas surpreendem as suas acções"

´"Se alguém mente sobre você, faça o contrário para que ele se passe por mentiroso"

"Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, seria honesto ao menos por desonestidade"

"O caminho mais grandioso para viver com honra neste mundo é ser a pessoa que fingimos ser"

Para Aristóteles: "Sócrates é um amigo, mas sou mais amigo da verdade".

Foto Mónica Ponce

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Eduardo Gageiro - homenagem

Do pouco tempo em que pisámos, no jornal "O Século", o mesmo espaço, fiquei com a ideia de que o fazíamos em corredores diferentes. No mesmo edifício, claro. Só que as instalações do jornal, arquitectonicamente falando, eram labirínticas e, quando veio o 25 de Abril, pareceu-me que Gageiro estava num andar e eu trabalhava noutro, ao fundo, à beira da placa de homenagem ao velho Pereira da Rosa.


Por outra palavras, a consideração que ainda tenho por, no caso, Eduardo Gageiro é enorme - mas não é política, nem nunca foi. Vantagem minha: anima-me uma altíssima estima pelo,diria, ilustre fixador de imagens do quotidiano que ele é, mas, ainda hoje, de certo modo, tenho a sublimar essa vénia profissional a dificuldade em aceitar o cheguevarismo com que, mal ou bem, desde sempre o identifiquei.


Vi-o ontem, em Lisboa, no Martim Moniz, num relance, de máquina fotográfica ao peito, qual síntese dos seus inúmeros méritos consagrados. Fotografei-o. Apenas por um motivo: ADMIRAÇÃO. Espero que, se aqui me ler, não leve a mal o meu gesto, que, aliás, tem anexo o GRANDE, FRATERNAL (discretamente emocionado) ABRAÇO que devo ao repórter que foi - e ainda é, creio. Em plena liberdade. Que é nossa.


PS: recordo que são suas, nomeadamente, fotografias históricas tiradas no dia 25 de Abril de 1974 e, em 1976, à Assembleia Constituinte. Mas o que, no seu trabalho de décadas, mais me impressiona são as pessoas que "fixou" a preto e branco nos seus "bonecos".

domingo, 19 de setembro de 2010

"Toda a gente tem direito!..."

 Está de parabéns a Câmara Municipal de Lisboa. De 16 a 19 de Setembro (termina hoje, portanto) Portugal foi igual ao mais profundo de si próprio: convivente. "Toda a gente tem direito!...", repetiu José Braima Galissá, mestre guineense do kora, instrumento de 22 cordas, que entusiasmou cidadãos de "todas as cores", esta tarde na festa-encontro intercultural do Martim Moniz, em Lisboa, a que fui "dar uma perninha..."

 É isso: "toda a gente tem direito". Aqui, em Paris, onde quer que seja - desde que respeite leis iguais para todos. Como foi, como é o caso, creio eu, que penso que o álcool não escolhe raças...

Bravo! Bis!

Na aldeia, ao serão, com a Adélia (III) *

Quadras soltas

Chamaste-me amor perfeito
Aquilo que a terra cria
Amor perfeito é Deus
Filho da Virgem Maria

Debaixo da pedra nasce
Água fresca sem espuma
O meu coração te ama
Sem falsidade nenhuma

Não cortes a oliveira
Não lhe metas o machado
Porque o seu fruto alumia
A Jesus sacramentado

Eu já vi nascer o sol
Numa maça vermelhinha
Enganei-me era a lua
O sol ainda lá não vinha

Eu já vi nascer o sol
Na fivela do sapato
Quando me lembra José
Olho logo p'ró retrato

Se tu queres, ó bela
Dou-te amor, amor bem puro
Se tu juras ser só minha
É bem lindo o meu futuro

O meu patrão anda triste
De ver o sol tão baixinho
Alegre-se patrão, alegre-se
Que o sol vai devagarinho

Olha lá ó Leonel
Olha o que foste fazer
Mataste a Elisinha
Sem a morte lhe merecer

Tudo quanto Deus me deu
Cabe numa mão fechada
O pouco com Deus é muito
O muito sem Deus é nada

Quero cantar ser alegre
Que a tristeza não faz bem
Inda não vi a tristeza
Dar de comer a ninguém

Ninguém repare em cantigas
Cantigas leva-as o vento
Quem em cantigas repara
É falta de entendimento

* Porquê Adélia? Quem é Adélia?,  perguntar-se-á neste universo electrónico de biliões de anónimos "urbanos" que não sabe cantigas de cor...

sábado, 18 de setembro de 2010

Palavras em saldo

8º Dia

"Entenda-se! As "Farpas" não querem de modo algum sustentar que as associações operárias sejam para discutir as questões operárias! Não! O operário, nas suas reuniões, deve exercitar-se em recitar Lamartine. Isto está estabelecido na prática de todas as nações e nos princípios de toda a economia... Mas convém que, de vez em quando (e sem que isso perturbe os interesses de ordem literária, lírica, elegante e romântica, que lhes estão confiados), os operários, coitados, se entretenham a arranjar o melhor meio de não morrerem inteiramente de fome."

in "Uma Campanha Alegre" a), de Eça de Queiroz

a) nada de confusões...

Rostos

Os primos de Fernão Mendes Pinto - folhetim ( I )

Eu bem sei que os "fregueses" da NET são, em regra, gente de poucos vagares. Mas também não ignoro que, escrito em "folhetins", se o que houver a dizer tiver algum interesse, as "audiências" (obrigado pela simpatia) não descem, e até podem subir... 

Arrisco. Com todo o respeito.

Este dedicado à Exma. Câmara Municipal da Covilhã, que faz o que pode pela Cultura

Santarém, 1993 - a convite dos Rotários

"Gentes da lezíria

 Estava eu acabadinho de chegar de uma viagem a Macau, quando, lá para os interiores da Beira Baixa (hoje dá-me mais jeito chamar-lhe Traseiras do Litoral...), perto do Tortosendo, minha tia Lígia, que não sei se conhece Santarém, mas foi a Lisboa umas dez vezes, me apresentou a D. Maria, sua vizinha, octogenária, analfabeta de gota serena, amiga de galinhas e de cortinas transparentes:

- Este é o meu sobrinho, Marcial - que conhece o Mundo...

- O Mundo?...- surpreendeu-se a velha, que já fora à Covilhã e chegara mesmo a ir a Castelo Branco.

- Sim!... - respondi-lhe. - Andei por aí... Olhe, estive no cú de Judas ... - gracejei.

- No cú de Judas?... Onde é que isso fica?...
 
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Difícil tarefa a minha: não há na sala quem não saiba onde é cú de Judas e eu só dele, ou pouco mais, sei falar - porque o vi. Chamo, contudo, em meu auxílio um primo afastado, que, segundo as estatísticas de 1990, ainda é parente de 29 725 escalabitanos: Fernão Mendes Pinto, que admiro, pródigo nos relatos, e que pode ajudar o pobre de mim a reanimar - é disso que se trata - conhecimentos alheios, durante os minutos que antecedem a nossa conversa, enquanto o jantar muda de tripa.

"E que isto sirva de exemplo aos homens, para que, por um lado, os trabalhos da vida não lhes tirem ânimo de fazer o que devem, pois não há nenhuns, por maiores que sejam, que não suportem a natureza humana, ajudada por favor divino, e, por outro lado, que me ajudem a dar graças ao Senhor omnipresente por usar comigo da Sua infinita misericórdia, apesar de todos os pecados".

Posto que tenho que actualizar a escritura, bom será que, em vez da India, comece por falar-vos de França, onde, se não há canela, há, ou havia, sonho ao pé de casa.

Alguns números: de 1966 a 1990, de um total de 848 834 emigrantes do Continente e Ilhas, foram para aquele país 305 679 primos nossos, cabendo a Paris a grande fatia. Mais homens do que mulheres. Em percentagem significativa, na função de porteiros de prédios da capital francesa, onde, enquanto eles, com um sorriso, vigiam e fazem biscates em casa das inquilinas, as respectivas mulheres levam crianças à escola e limpam amarelos das escadas.

É, longe da comenda, toda a lusa esperteza de ter um tecto sem pagar; de arranjar o ferro eléctrico ou um fusível que as "madamas" íam atirar para o lixo; é a oportunidade de marido e mulher cultivarem juntos a simpatia de que não conseguem, por exemplo, gozar os argelinos - "uns porcalhões", diz-se."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Flagrantes do quotidiano

Eram jovens, beijavam-se ardentemente, e com urgência,  numa estação do Metro. Ambos tinham nos dedos alianças novas. Bocejavam. Devem ter dormido mal...

P´ra que serve a poesia? *

P'ra que serve a poesia?
Interrogou-se o poeta
Omitindo que a vivia
Igual à tua, secreta

P'ra que serve a poesia?
Perguntaram ao jantar
Respondi que não sabia
Questione-se o luar

Que interessa versejar
Quando o sentir é estreito?
Que interesse tem um lar
Sem flores no parapeito?

Que interessa versejar
No deserto, sem ninguém,
Se poema é achar
O céu na terra, alguém

P'ra que serve um poema
Será mesmo para comer?
Ou será coisa suprema
De quem adora viver?

P´ra que serve um poema,
Será mesmo p'ra comer?
Ou será coisa suprema
De quem adora viver?

P'ra que serve um poema,
Se S. Tomé o não lê?
P'ro mesmo que a alfazema
Num corpo que ninguém vê

Quanto vale a poesia
No mercado da verdade?
O preço da sinfonia
Dum gesto de liberdade

Quanto vale a poesia
Na balança da paixão
Se fosse a ti não dizia
Guardava-a no coração
* Homenagem de M.A. a Natália Correia

Na aldeia, ao serão, com a Adélia (II) *

A laranjinha caiu
A laranjinha ficou
Viva o rancho do Dominguiso
Que em toda a parte reinou

Que em toda a parte reinou
Que em toda a parte reinava
Viva o rancho do Dominguiso
Que inda agora deu entrada

Que inda agora deu entrada
Que inda agora deu saída
Viva o rancho do Dominguiso
O rancho das raparigas (?)


* Porquê Adélia? Quem é a Adélia, perguntar-se-á neste universo electrónico de biliões de anónimos "urbanos" que não sabem cantigas de cor...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Palavras em saldo

7º Dia

"Julho 1871
Houve este mês um pânico patriótico: julgou-se que íamos perder Macau! A China, segundo se afirmava, tinha intimado Portugal a evacuar aquela colónia - onde só devia reinar o rabicho.


Foi acusado acremente o Governo; a Baixa pululou de alvitres; e o orgulho nacional da Rua dos Retroseiros pareceu profundamente ferido."

in "Uma Campanha Alegre", de Eça de Queirós

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Rostos

Brevíssimos apontamentos a haver



Aos leitores que, um pouco por toda a parte (dizem, generosas ou não, as estatísticas), têm tido a amabilidade de parar na sua ruadojardim7, anuncio (ao jeito da informação em papel e outra) que, em breve, publicarei, neste espaço, para já, um apontamento subordinado ao epígrafe

"SÓCRATES", 

 inspirado, de certo modo, nas "merdelhices" de Vergílio Ferreira.

Foto Mónica Ponce

SEMANA PROSTÁTICA

Cumprir as regras...
Se não fosse o respeito que tenho pelo cidadão que me contou, não acreditava:

um laboratório clínico, ia a dizer, do interior de África, solicitado, pôs as seguintes condições para fazer uma biópsia: sem anestesia local é X, com anestesia local é Y...

Mais:  "se quiser a análise dos detritos, são mais cem euros - que têm que ser liquidados em dinheiro. Não aceitamos cheques, nem Multibanco."

Ao que sei, o meu amigo, terá optado pela anestesia e, como não sabia o que fazer com os detritos (e ficou com medo do "discurso") - foi "pregar" para outra freguesia...

Porraaa!...

(esta, esta Semana "merece" NET...)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Amor *


"É uma atracção física, um olhar, um gracejo... Não tem explicação. Há coisas que são mais por intuição..."
Braga


"...temos que estudar a rapariga com pormenor..."
Ruben


"Gosto."
Nobre


"É um sentimento muito especial para mim. Gosto do amor porque, porque tenho a sensação de estar apaixonado!..."
Eduardo


"É maravilhoso!"
Nuno


"O amor...ai, ai...O amor é uma pessoa dar carinho à outra e beijinhos na parte da cara..."
Irene


"O amor é uma coisa que... Ah, não tenho namorada!..."
Vicente


"É a paixão!"
Rodrigo


"Não sei. Ainda não experimentei!..."
Calado


"O amor é...é, com carinho, falar bem às pessoas... Assim bem disposta..."
Tânia


"Amor é felicidade"
Pedro


"É uma coisa natural da vida, não é?... O amor..."
Salomé


"É uma coisa boa, bonita, faz uma pessoa sentir-se feliz..."
Espanhol


"Para mim, o amor é...é ir com ela sempre... Vamos juntos, mas cá fora na rua. Só na rua..."
Galhardo


"Pode ser também uma amizade e..."
Jaime


"É tudo!..."
Ricardo

* in "Conversas Diferentes", de M.A., à venda na CERCI Lisboa

Seguidores