quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Coisas do "tempo da outra senhora" ( 1 )












A dois passos aqui do jardim, na Praça do Rato, onde hoje é a sede do luso Partido Socialista, havia uma mulher (por sinal, gorda) que vendia carne de baleia, que era mais barata do que a carne de vaca ou de porco. Faziam-se dela (da baleia) excelentes bifes que, se bem temperados, sabiam a vaca ... ("Ao almoço, ao jantar e à ceia, coma carne de baleia").

Por esse tempo, um pouco mais acima, na avenida Pedro Álvares Cabral, do lado esquerdo, quem desce, próximo do citado Rato, havia um talho de carne de cavalo (equídeo, dizia o "reclame" por cima da porta). Não se notava grande diferença da carne de vaca.

Entretanto, qualquer tasca que se prezasse vendia, em Lisboa, nomeadamente, passarinhos fritos.

Por oito tostões (para conhecimento dos mais novos, menos do dois tostões do que um escudo) ia-se então daqui do jardim (Estrela, em Lisboa) até ao Calhariz, a dois passos do Largo de Camões, a três passos da Brasileira, ao tempo, sem a estátua de Fernando Pessoa à ilharga.

No Museu da Electricidade - para rir ( 4 )














































Pode-se ir ao Museu da Electricidade sem (a)pagar a luz doméstica

Do lido, o sublinhado ( 23 )


Vergílio Ferreira in ESCREVER

"Em cada instante a vida se começa como quando se começasse. Ou em cada instante se é eterno. Assim se morre tão jovem aos vinte como aos noventa anos. O mais que a longa vida nos pode trazer é um certo cansaço, um modo excessivo de se ser, uma certa verificação, em resignação ou espanto ..."






Para Joseph Alois Ratzinger, que amanhã já não será Papa, mas o Homem que se retirou para reflectir, de acordo com os Seus Valores.

Ir a Roma e ver o Papa (Paulo VI)

No dia em que se concretiza a resignação do Papa Bento XVI ,
"inspiração" para um eventual 

VATICANO III?

Viva Fevereiro, mês dos pensionistas assaltados!

Os 28 dias deste Fevereiro, agora a terminar, são alegria breve, em particular, dos reformados que, tendo descontado para a Segurança Social, vêm, agora na sua conta bancária, por ironia velha do calendário, uma pensão com mais dias do que a dos restantes meses do ano...

"Palavras de ordem" para amanhã:

QUEREMOS FEVEREIROS, QUEREMOS FEVEREIROS!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Fundação Mário Soares

Rua de S.Bento - Lisboa

No Museu da Electricidade - para rir ( 3 )





















































Pode-se ir ao Museu da Electricidade sem (a)pagar a luz doméstica

PORNOLÍTICA 26

Dos "e-mails" que recebo na rua ao lado ...

A ser verdade que ... que, a exercer funções públicas em Portugal, há uma equipa, com um presidente e 36
assessores/consultores, que aufere POR DIA 45 000 euros, o que é que há-de pensar o Zé que ...
Uma vassoura para ocasiões especiais.
No Museu da Electricidade - Exposição RIR

Papa Bento XVI - "Honestidade intelectual"

"A minha alma está grande. Não abandono a Cruz", disse Bento XVI na sua 348ª  (e última) Audiência Geral no Vaticano.

Entretanto, numa hora difícil para a Igreja Católica, a notícia ouvida na televisão, quase em voz baixa, de algum  modo, espelho de uma época: Bento XVI exonerou, durante o seu pontificado, 80 bispos. 

























































terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Apontanetos: rever a Invicta *


























Nado e criado em Lisboa, filho do Tejo, de Alfama e também da Madragoa e Bairros Altos que embriagaram gerações de alfacinhas e passantes, é ao Porto que vou revigorar o espírito lusíada que me resta. Desembarcado no centro da cidade dirijo-me então para os Clérigos e meto-me, invariavelmente, pela rua de S. Bento da Vitória. Detenho-me por ali a olhar a roupa estendida e os prédios espigados, de convívio obrigatório, encostados uns aos outros como que receosos das camarárias incúrias, sem chetas locais que bastem para avenidas, quanto mais para coisas velhas.

Encosto-me à parede da igreja de S. Bento da Vitória e, não sei porquê, parece-me ouvir, por sobre os falares gritados do mulheredo, as vozes de Camilo e Júlio Dinis. Sonho acordado. De seguida, deixo-me escorregar pelas escadas da Vitória onde alguém pragueja às moscas que lhe invadem o aconchego, abandonado que foi o bailarico sobre detritos sem data. Aqui é preciso cuidado ao passar, que os degraus são já de outras épocas, a corrosão do tempo não perdoa e as edilidades são mais lentas nas reparações do que os sapatos dos utentes no seu incessante e implacável pisar. Encontro-me agora no largo de S. Domingos, Douro à vista. Falam alto as pedras, enquanto o rio, carícia após carícia, procura, com meiguice, impor silêncio. Julgo ouvir, entretanto, à beira do Muro dos Bacalhoeiros, o vozear de mercadores.

"Ceuta?..." Engano-me. É a história que aprendi em pequeno que me segreda coisas de encantar.

Vagueio, ébrio de emoções e volto as costas ao Douro. Meto-me pela rua da Alfândega, depois de uma breve conversa a sós com a Senhora do Ó. É sábado. Quero confraternizar com o Infante, mas dizem-me que não posso, que essa coisa de convívio histórico é de segunda a sexta, que os senhores da Casa são de carne e osso como os demais e foram descansar. Fico desolado com esta Cultura que repousa aos fins-de-semana e dou um salto ao Palácio da Bolsa, em que já não entrava há uma dezena de anos. Avanço dos Descobrimentos para o século XIX. Sorrio. Aquele é o Palácio da Bolsa não é o Mercado do Bolhão ("valha-me Nossa Senhora: eu só queria ganhar o que estou a perder ... Ó freguesia, olhai a lindeza!..."). Do outro lado da rua acabo de ver num interior o retrato a sépia, seráfico e salpicado nos bigodes de saudações mosqueiras, do fundador de um estabelecimento que o tribunal da actividade, certamente, ajudou a legar aos vindouros. Subo, por fim, a escadaria da Associação. Desfaço-me de vinte e cinco escudos para as despesas de manutenção e oiço, atento, as explicações do contínuo-guia. Deslumbro-me com Veloso Salgado e, de sala em sala, chego ao Salão Árabe. Uma maravilha! Este Porto!... "A riqueza dos povos é a sua Cultura" - acode-me a frase feita, enquanto me assalta a certeza da penúria quotidiana que nos avassala.

Entrementes ...

- A nossa salvação é que estas salas não têm rodas ... - murmura o meu anfitrião.

- Como? ... - interrogo, receoso.

- Sim! Se tivessem já não eram nossas ... - remata, com um misto de alívio e preocupação.

Finjo que não oiço e tomo um táxi para Campanhã, deixando invicta a cidade que sempre o foi. "Por não ter rodas", no dizer do contínuo-guia do seu Palácio da Bolsa - sem valores, que esses, no mínimo, têm pernas..."

* crónica publicada em 1983, num jornal de Lisboa, com outro título, naturalmente ...

"Todo o vapor ao longe é um barco de vela perto"


























... talvez se possa dizer que todos os partidos (políticos ou outros) ao longe são barcos de vela perto - até que entramos neles e ... e, pouco depois, andamos à procura das bóias de salvação possíveis ... Que, em regra, são escassas para os que as procuram ...

Mas isto, não liguem:  pode ser apenas "conversa" de português que não sabe nada(r)...

No Museu da Electricidade - para rir ( 2 )




















































Pode-se escrever

Pode-se escrever sem ortografia
Pode-se escrever sem sintaxe
Pode-se escrever sem português
Pode-se escrever numa língua sem saber a língua
Pode-se escrever sem saber escrever
Pode-se escrever na caneta sem haver escrita
Pode-se escrever na caneta sem haver caneta
Pode-se escrever sem caneta
Pode-se sem caneta escrever caneta
Pode-se sem escrever escrever plume
Pode-se escrever sem escrever
Pode-se escrever sem sabermos nada
Pode-se escrever nada sem sabermos
Pode-se escrever sabermos sem nada
Pode-se escrever nada
Pode-se escrever com nada
Pode-se escrever sem nada

Pode-se não escrever

Pedro Oom in Antologia do Humor Português

Pode-se ir ao Museu da Electricidade sem (a)pagar a luz doméstica

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Michelândia - sapateado, acordeão e sorrisos

Homenagem à simpatia e "juventude" perene de Michel


O olhar do pássaro

                                                                                                                                                                   

      Em Belém (Lisboa),
      o olhar do pássaro






No Museu da Electricidade - para rir ( 1 )


Ontem, domingo, fui ver uma exposição, de entrada livre, no Museu da Electricidade, em Lisboa, subordinada ao título RISO. Gostei.




















Hoje, segunda-feira, fui ver a caixa do correio e lá estava a conta mensal da luz. Chorei.

E assim andamos todos aqui no Jardim, feitos parvos, entre anedotas de borla e ... e contas para pagar ...




Canteiro de palavras LIX - Aquilino Cervantes - hoje!


No cinquentenário da morte de Aquilino Ribeiro, lembra-se aqui, ao ar livre, na ruadojardim, a sua tradução de D. Quixote de la Mancha, de Cervantes (se é que é preciso dizer quem o escreveu o original e, hoje, quem o traduziu para a lusa língua):















"(...) O tradutor não pode ser mais papista que o Papa. Contar de modo absoluto com a pureza de tal leitora de quinze primaveras ou o melindrado rubor de uma solteirona de cuia até aos pés, alma sorvada como os frutos que pendem dos ramos outoniços, seria uma concessão que ultrapassa os limites da arte mais bonecheirona. De resto que é para o leitor a atitude de pudicícia, provocada por uma palavra, não digo frase, senão uma aberração do espírito ou a hipocrisia de uma incrustação, pois que o estado de candura é inaperceptivo por natureza?!

O verbo não é obsceno em si, mas no panorama que entremostra. Quando no D. Quixote se trata de um lugar-comum como expressão de cólera, do desfrute ou da mofa: raios te partam! O diabo te leve! Ó filho de que te pariu sem conheceres o pai! e rosário de palavrões encerrados no patisquíssimo anexim, quem se queima alhos come, não há que atribuir-lhe sentido literal. Se o escritor exumasse, por exemplo, os termos escatológicos de que estão repletos os Cancioneiros, decerto teria cometido obra de pornografia. Vieram a Cervantes de envolta na linguagem corrente, como sucederá ao seu tradutor sendo probo. Praguejava como um granadeiro D. Quixote, vizinho de Argamasilha, e Sancho, bom rústico, que não lhe ficava atrás nesta condimentação do palavreado. Pragueja ainda hoje na Mancha e Campo de Montiel o homem que anda perto da natureza, e terão de praguejar correspondentemente aqueles figurantes do teatro cervantino que hajam de vestir burjaca e falar a nossa língua, tranladados para o  teatro português. Não sendo assim seria emasculá-los. Traduzir um livro não consiste apenas em vertê-lo para termos equivalentes noutro idioma, como se lhes fosse congénito (...)"

- Senhor D. Quixote, deite-me a sua benção e dê-me licença que me despeça. Daqui mesmo quero voltar para a minha casa, onde me esperam mulher e filhos. Com eles, pelo menos, posso falar e discutir quanto me venha à cabeça. Nada, nada querer que ande por estes desertos de dia e de noite, feito pato mudo, e que não abra a boca quando me vier o apetite, é o mesmo que sepultar-me em vida. Se ainda a sorte permitisse que os animais falassem como no tempo de Isopete, vá, falava como um burro, falava com o primeiro bicho que encontrasse, e assim se iria passando o meu negro fado. É coisa por demais, que não se pode levar à paciência, andar a vida inteira à cata de aventuras e não receber senão pontapés, manteações, pedradas e sopapos por uma pá velha. Ainda por cima, ponto na boca, sem licença para desatar o saco, como se um homem tivesse nascido mudinho! Não!

- Já te percebo, Sancho - respondeu-lhe D. Quixote. - Rebentas se te não tirar o barbilho que te pus. Pois considera-o tirado, e fala à vontade. Mas com uma condição: a licença acaba logo que ponhamos pé para fora destas serras..."


sábado, 23 de fevereiro de 2013

RTP - PORTUGAL NO CORAÇÃO - 2003

Já lá vai uma década, e o programa da RTP PORTUGAL NO CORAÇÃO, na altura com os mesmos apresentadores que tem hoje, convidou-me para uma entrevista acerca da emigração portuguesa. 

Na véspera, profissional e simpática, a respectiva Produção telefonou-me para "me conhecer" e à hora prevista, no dia seguinte, "fui para o ar", em directo, no espaço televisivo em causa. Com  Marta Leite de Castro a conduzir a entrevista.  Contudo, logo no ínicio, quando, numa resposta, afirmei que a presença portuguesa na Austrália, por exemplo, estava naturalmente facilitada pela natural, e histórica, cordialidade dos portugueses, aqui del-rei!, salta de lá o Malato, fisicamente afastado do contexto uns três ou  mais metros, e ... e tira-me a palavra, dando a entender que eu queria sublinhar a existência da emigração como um BEM ... E nunca mais consegui dizer nada ... Durante perto de duas horas, até final do programa, creio.

Pelos modos, a dupla Malato-Marta Leite de Castro mantém-se e volta a haver, por outras razões, ou as mesmas, não sei, incomodidades ... Por algum motivo, Malato foi hoje ao VOZ DO CIDADÃO, como se terá visto.

É tudo. 

Canteiro de palavras (LVIII) - Padre António Vieira

"Sempre fazemos as coisas fora de tempo, e fôra melhor ou não as fazer, ou fazê-las antes. Já padecemos as afrontas do erro, agora padecemos as da inconstância, confessando ao mundo, que os arcanos que considerava nas nossas acções não tinham grandes fundamentos, pois sem grandes causas se mudam."

"O Papa vive, e promete viver; é santo, e faz milagres e santos. Eu trabalho na canonização dos meus, que por muitos, têm dificuldades e por portugueses invejas; também destas se não livram os jesuítas. Se os vejo declarados por mártires, tratarei de me fazer confessor, ainda que não hei-de ser canonizado, posto que faça milagres."

Em 1691, numa carta enviada do Brasil para Portugal, aquando de uma crise na moeda naquele país - "por imprudência dos portugueses":

"Se vossa mercê, pelo que escrevi na frota passada, achou causas para se lastimar do Brasil, as presentes são muito maiores, nascidas todas não das plantas mas das raízes que nessa se lhe secam.

No Rio de Janeiro se abaixou a moeda com tal diminuição que, em um dia, computado o que se possuía com o que se perdeu, quem tinha nove se achou somente com cinco; e o pior é que esse pouco que ficou, ainda se embarca para Portugal, porque dizem tem lá mais conta."

A máquina disparou sozinha ...

DAS TERRAS ANDADAS HÁ COMO QUE RESTOS À VOLTA DOS OLHOS QUE AS FIXARAM

Letras de protesto

É de lavra própria, foi, algures, publicado em Fevereiro de 1997, mas, mas  ... NADA!... Embora só um excesso de ingenuidade pudesse levar a acreditar o contrário ... Republica-se ... Olha, fica republicado ... Seja o que os deuses quiserem ... São LETRAS DE PROTESTO.











"Para a maior parte dos países, a droga é um produto importado. Sem papelada, sem marca de origem, sem alfândegas de permeio, sem exportadores conhecidos, sem intermediários com bilhete de identidade, mas, infelizmente, com consumidores em número crescente. Conhecem-se as áreas em que, à luz do dia, crescem as plantas que, reduzidas a pó, servem de matéria-prima à "mistela"; ninguém ignora a dependência económica de milhares e milhares de agricultores de uma tal "agricultura", mas ... Mas, sendo um problema mundial, ONU's, CE's e outras organizações de grande porte à mistura, não se vê ninguém lançar uma ajuda financeira e política universal que contribua para a reconversão desses campos que matam, primeiro, a fome a quem os trabalha, depois, tragicamente, a vida dos seus destinatários finais. Se não é fácil deitar a mão aos barões da droga, talvez seja menos difícil - nem que seja à força - cercar campos de cultivo das raízes de todo o mal que se conhece e transformá-lo em herdades, quintas ou quintais de couves, que também dão pão, pelo menos, aos que, com ar faminto e dependente, surgem nas ilustrações dos jornais e, na verdade, igualmente, têm direito à vida.

Em poucas palavras, mobilizar contra o consumo de droga, sim; prender os traficantes, sim; educar, com certeza; acabar com tais culturas, já! De outro modo, até parece que são os dirigentes dos países os grandes patrões do negócio..."

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Rostos


Imagens faladas ( 3 )

A propósito da histórica implantação da República Portuguesa

LOURES

























LISBOA - Campo de Ourique

























... e uma confissão de Ramalho Ortigão

"(...) Dois dias depois de aclamado o Governo Provisório, achando-me ausente de Lisboa, na quinta de uma das minhas filhas, em Linda-a-Pastora, fui distinguido com uma busca policial na casa do meu domicílio na capital. Sob o anúncio formal de que a minha casa seria arrombada, a pessoa depositária da chave abriu obedientemente a casa, acompanhando na sua visita os oito cidadãos encarregados desta diligência por expressa determinação de S. Exa. o Sr. Eusébio Leão, digníssimo Governador Civil. Eram oito cavalheiros vestidos à paisana e armados de revólver, sob o comando de um bravo e honesto sapateiro, meu conhecido da antiga Rua de S.Roque, hoje do Mundo. Não sei se todos os outros eram igualmente artistas de sapataria. Sobre este particular S. Exas. não me quiseram dar a confiança de se pronunciar. O que posso e devo consignar é que todos me deixaram penhoradíssimo pela afabilidade das suas maneiras e pela benigna lhaneza do seu trato. Vindo por ordem do Sr. Governador com a missão especial de averiguar se nos meus aposentos havia jesuítas armados e escondidos, Suas Exas. teceram elogios ao estilo da minha mobília, à escolha das minhas obras de arte e à perfeita ordem em que encontraram as minhas camisas, as minhas gravatas, as minhas luvas, os meus papéis e os meus livros. Mexendo conscienciosamente em tudo, não destruíram nem desarrumaram nada (...)."

Das paredes do Metro de Lisboa (Aeroporto) - 10


















































Do lido, o sublinhado ( 22 )












"É, de certo modo, bom que o mundo conheça apenas a obra bela e não as suas origens nem as condições em que foi criada, pois o conhecimento das fontes, das quais brotou a inspiração do poeta, iria confundir e assustar o público e, desse modo, anular o efeito da sua excelsitude."

Thomas Mann in A Morte em Veneza


"Ouvi: que não vereis com vãs façanhas,
Fantásticas, fingidas, mentirosas,
Louvar os vossos, como nas estranhas
Musas, de engrandecer-se desejosas:
As verdadeiras vossas são tamanhas,
Que excedem as sonhadas, fabulosas,
Que excedem Rodamonte e o vão Rugeiro,
E Orlando, inda que fora verdadeiro."

Luís de Camões in Os Lusíadas

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Edital de merda

Na zona onde moro, como, aliás, um pouco por todo o lado (excepto, nomeadamente, na Suiça ...), os donos dos cãezinhos (de que muito gosto, aliás) raras vezes, ou nunca, têm o cuidado de recolher os dejectos dos animais que levam a passear. Resultado, a relva que envolve as habitações, em regra, aparece (aparecia ... ) todos os dias "polvilhada" do canino "estrume", que se imagina. Até que ... até que, um dia destes, enchi-me de "coragem", muni-me de uma luva de bom plástico e fiz a recolha intensiva de quantos "montinhos" encontrei na zona. Depois, depois juntei-os num montinho final  (ver foto) e ...

Resultado: são raros os animais que agora são trazidos pela trela ou soltos na zona em causa por quem não vem prevenido de "papel higiénico". Isto é, o AVISO funcionou ... E já não cheira mal. É apenas um ... um edital de merda. Até agora cumprido à risca. Já lá vão uns 15 dias. E o "aviso" em princípio, fica mais uma semana ...

É uma sugestão. Que, por certo, não é só nesta relva macia que há destes caninos "desabafos" não acompanhados. Pobres donos que não sabem o que fazem ...
O "EDITAL" - insólito, ou talvez não ...

Regresso


Paredes do Lx Factory (antigo Anuário Comercial)















































































Das paredes do Metro de Lisboa (Aeroporto) - 9


















































Anatomia das ideias - (0025) - Lutas políticas e laborais

William Ebenstein in 4 Ismos

"A divisão adequada do mundo, não é entre comunismo e capitalismo, mas entre países que procuram espalhar o seu sistema de vida por meio de infiltração, subversão e guerra civil, e países que desejam sincera e honestamente manter a paz."

Álvaro Cunhal in Rumo à Vitória

"... cabe às forças políticas dirigentes, de harmonia com as condições das forças revolucionárias, escolher as formas de luta mais apropriadas (greve geral política? sucessivas manifestações?) que, numa situação dada, conduzam rapidamente a luta de massas à insurreição. (...) Um dia pode ser demasiado cedo, dois dias depois demasiado tarde. É necessário trabalharmos para que o dia justo não nos escape."

Arménio Carlos, Presidente da INTERSINDICAL, há dias, na RTP

"A CGTP-IN convoca os homens, mulheres e jovens para a Acção Geral de Protesto e Luta a ter lugar nos meses de Fevereiro e Março, com a realização de greves, paralisações, concentrações e manifestações em todo o país, com expressão nos sectores público e privado."

ALGARVE corridinho de ponta a ponta ( 7 )

Vamos hoje a Lalé, a Loulé, queria eu dizer. E Loulé, escrevo bem, é daqueles localidades que, por mais que se enfeite, por mais que nas escolas se aprenda a ler, o nome que surge, quando se fala da cidade, para além de Duarte Pacheco, cuja estátua dá as boas vindas a quem chega, é o do poeta analfabeto António Aleixo. Quase como se não existisse igreja matriz, desde o tempo de D. Dinis, como se não houvesse uma igreja de Nossa Senhora da Conceição "com um frontal dos mais notáveis do Algarve", como se não estivesse visível o seu Convento da Graça, como se, embora com outro nome, não fosse possível entrar na outrora chamada Igreja de Nossa Senhora dos Pobres - o que domina as atenções do visitante, minimamente curioso da Cultura, é ... é o poeta popular (analfabeto?) António Aleixo, que ali nasceu e tem estátua.
















































































Afinal, "Cultura é o que fica depois de se esquecer o que se aprendeu"

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