terça-feira, 17 de novembro de 2009

Cravos de papel


Se, com dizem, o Natal é quando um homem quiser, porque é que hoje, se eu decidir isso, não pode ser dia de Santo António?

Para mim, é, acabou-se. Eu cá me entendo. Desde logo, já o sabem, sou lisboeta. Além disso, apetece-me poesia para cravos de papel. Como Natália, por exemplo, que, se calhar, em idênticas condições, gostava dela para comer...

Junto gostos e...


Homenagem a Natália Correia - em papéis de todas as cores:


P'ra que serve a poesia?


Interrogou-se o poeta


Omitindo que a vivia


Igual à tua, secreta


P'ra que serve a poesia


Perguntaram ao jantar


Respondi que não sabia

Questione-se o luar


Que interessa versejar

Quando o sentir é estreito

Que interesse tem um lar

Sem flores no parapeito?


Que interessa versejar

No deserto, sem ninguém,

Se poema é achar

O céu na terra, alguém...


P'ra que serve um poema,

Será mesmo p'ra comer?

Ou será coisa suprema

De quem adora viver?





P'ra que serve um poema

Se S. Tomé o não lê?

P'ro mesmo que a alfazema

Num corpo que ninguém vê


Quanto vale a poesia

No mercado da verdade?

O preço da sinfonia

Dum gesto de liberdade


Quanto vale a poesia

Na balança da paixão?

Se fosse a ti não dizia

Guardava-a no coração

2 comentários:

  1. Olá avô!

    Passei para te desejar um Feliz dia de «Sto. António». Parabéns pelos 72 dias de Sto. António que já viveste e pelos muitos que ainda irás viver.

    Faz um favor a ti mesmo e aos que gostam de ti: sê FELIZ!

    Continua a gozar com os ladrões incompetentes que andam por aí, continua a fechá.los em autocarros com a mesma boa disposição e humor!

    Continua a escrever, a expressar-te, sempre tão bem! Dá gosto e além de um Exemplo, é um orgulho para mim.

    Continua assim tão VIVO quanto és.

    Não costumo dizê-lo quase nunca, mas por outro lado as palavras têm mais significado se forem utilizadas na hora certa. Aí está ela. És um Orgulho para mim. Adoro-te


    Quanto à POesia e aproveitando a deixa:
    A poesia, para mim, é poder expressar sentimentos da forma mais bela possível. Aqui vai um rasgo de loucura meu. Espero que gostes.

    Herbário

    A tarde finda. Já o Sol se quer pôr.
    São 17 horas e tudo tem aquela Luz. A mais bonita! Vês todos estes pontos brilhantes? São reflexos de uma cidade feliz.Ou de uma «feliz-cidade»?Eu estou!
    Eu estou feliz. Aqueles laivos amarelo-alaranjados invadem-me e aquecem-me. Subitamente tudo é nostálgico.

    Senta-te aqui ao meu lado. Sente. Sente a nostalgia do Outouno da Vida.Sente o aroma das flores ressequidas e perfumadas do teu Herbário. «A Primavera já la vai» dizes-me tu...

    Não te preocupes avô! Primavera é sempre que quisermos. Deixa-te contagiar e desfruta dos artifícios do coração: Junta o perfume das flores primaveris à Luz quente e comovente do Outouno!

    A vida é muito bonita. Não é?

    Bj muito grande



    Mónica Ponce

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  2. Querida Mónica
    Não sei como se escreve a propósito do que acabo de ler. Mas faço questão de dizer aqui que, em ti, me sinto, e vou, eternizar.
    Um beijinho. M.A.

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