A Fome

Não tenciono fazer dos eventuais "mails" que possa receber - e recebo alguns, por gentileza e avidez de informação que, para o bem e para o mal, se me conhece - o centro do que aqui penso ir escrevendo, mas hoje, depois de um telefonema a anteceder os pormenores que vão imaginar ( como que, amicalmente, a "preparar-me" para o que tinha à mão para eu ver e, se o desejasse, comentar... ), acabei de estar em presença da imagem que levou Kevin Carter a ganhar o que ganhou: o Prémio Pulilzer 1994. Trata-se de uma foto onde pode ver-se, durante "a grande crise de fome que assolou o Sudão", um abutre a preparar-se para comer o cadáver de uma criança morta pela fome. E a brutalidade é de tal ordem que, diz o "mail": "... o fotógrafo em causa suicidou-se três meses depois, devido a depressão..."



Mas o "mail" tem mais: tem crianças onde se contam os ossos; crianças, por falta de água, a "lavar-se" com urina de vaca..., que também "serve", pela mesma razão, para matar a sede...



O escrito que intercala as fotos, termina, no entanto, como começa: a pedir uma oração. E assim, protesta e apela...


Eu termino como começo: indignado e a rogar uma SOLUÇÃO. Sem esquecer uma Avé-Maria pelos homens a quem urge decidir. Sabendo que, "pobre de mim", não chego a lado nenhum com a raiva mal contida que me (que nos) percorre. Mesmo dando de barato a eventual multiplicação do desagrado...


Bom dia, Copenhaga! Comecem. JÁ!!!

Tenham vergonha!