sábado, 23 de janeiro de 2010

Cú de Judas


Algures numa quelha do Lisminguiso, nas Traseiras do Litoral, brevíssima conversa a três:

.uma tia orgulhosa dos "feitos" do sobrinho

.o sobrinho recém-chegado "de longe"

e a velha,

que o mais que sabia era de pessoas de uma ou duas aldeias vizinhas, do nome de umas quantas nas redondezas do Lisminguiso e, salvo erro, da sede do concelho, donde lhe chegava, mensalmente, a pensão da Caixa e onde tinha ido ao doutor, há muitos anos, por causa de uma espinhela caída...

A tia, a modos que para apresentar o sobrinho, dirigiu-se à velha acabada de chegar ao "adjunto"
ainda com ovos na copa de um chapéu que tinha sido preto, fez a "apresentação":

- Este senhor é o meu so-bri -nho (a velha era muito surda...). Conhece o mundo inteiro...

Entretanto, a pobre senhora admirou-se tanto que o sobrinho, desatou a brincar:

- Eu até já estive no Cú de Judas...

- No Cú de Judas?... Onde é que é isso?... - quis saber a senhora com o ar mais interessado que imaginar se possa...

Ficou por ali o breve encontro, na aldeia a chamar para a missa das nove.

Entretanto, o mundo discutia, algures na OPEP, o preço do petróleo, enquanto Bin Laden preenchia os tempos livres (como ainda, por certo, faz hoje, algures, num qualquer Cú de Judas...) a pensar na forma de acabar com isto...

Contrastes...

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