quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Joan Baez e a PIDE


A história é breve. "Quase tão breve" como o título que dei a esta intervenção. É a propósito do livro editado em 1973, pela Moraes Editores que, salvo erro, era do mesmo grupo económico a que, então, pertencia o jornal "O Século".



Eu estava lá. No n'O Século, quando chegou a PIDE para prender a edição de "Amanhecer", de Joan Baez. Ninguém se tinha apercebido de uma tal hipótese. E, "recomendado" pela PIDE, todos os que estávamos ali "apreendemos" um exemplar..."O que nós não autorizamos é a venda pública", disseram os polícias... Consumou-se o impensado: "fruto proíbido é o mais apetecido."


Porque aqui estamos nós

na véspera da destruição

com grandes probabilidades de não

sermos testemunhas do nascer do sol.



Tu, querido leitor

-Tu, és graça sem par

Tu és pedra preciosa



Só tu e eu

podemos ajudar o sol

a nascer todas as manhãs.

Se o não fizermos,

poderá apagar-se com tristeza.

Tu - especial, milagroso,

único, frágil, receoso.

terno, perdido.

rubi-esmeralda deslumbrante.

arco-íris de esplendor.


Tudo depende de ti.



Ficarias comprometido

se eu dissesse que te amo?!



A PIDE chegou e levou livros...Mas deixou este que se lhe escapou e de que aqui fica poema. Que nos pareceu uma dedicatória.




"Você não pode escolher como vai morrer quando.

Você só pode decidir como vai viver agora." J.B.

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