Recôndito não é. Fica ali quase à ilharga da Covilhã, a menos de uma légua do Tortosendo, na Beira Baixa, ou, como gosto de dizer, nas Traseiras do Litoral, que é, para quem vive em Lisboa, uma forma de estar mais perto... Chamam-lhe DOMINGUISO.
Porquê? A modos que, ao certo, ninguém sabe. Eu próprio, quando era um pouco mais do que gaiato, andei pela Torre do Tombo a tentar saber coisas, mas falhei os desígnios... Não é importante. Sobretudo, para o que aqui me traz a estas Traseiras dos Saberes...
A terra, a fama que tem, deve-a, que se saiba, aos Farrapeiros que lhe deram estátua a glorificar décadas de trabalho. Ecológico, dir-se-ia hoje (bravo, presidente Simões de Almeida, a quem, penso, se ficou a dever a iniciativa).
Mas, sejamos justos: a nível económico, o Dominguiso é bastante mais do que isso. Podia, quase sem ajuda, listar nomes e ser sempre razoável.
Elejo, no entanto, Ezequiel Guilherme. Ezequiel Guilherme, homem simples, em tempo áureos, rival de muitos outros nos negócios e, até há bem pouco tempo, comerciante do tudo e do quase nada... Símbolo do trabalho que se dá como exemplo, às vezes, quase a anedota, mas sempre o esforço na saúde da concorrência.
Diz-se que, sem carta de condução, andou por montes e vales durante mais de 20 anos, mas uma coisa não são histórias: são os seus filhos (cinco) que, na região, honram a ascendência e são conhecidos também como gente grada (à qual não me liga nenhuma dependência, sublinhe-se) na área agro-alimentar, na hotelaria, na vinícola.
"Tranca da Barriga" é vinho com prestígio crescente; turismo na Serra da Estrela, conhece-o quem ama o ar livre e os desportos da neve; supermercados, quando não são, foram seus e deixaram marcas. A bondade das cerejas, famosas no país, são com eles uma evidência, mas é, sobretudo, o TRABALHO com passado que diz tudo.
Dezenas de anos de esforço familiar merecem uma homenagem pública simples a Ezequiel Guilherme. Sem mais rodeios, uma sugestão que pode ser um Acto de Cultura:
o nome de Ezequiel Guilherme para uma das ruas do Dominguiso, onde nasceu e foi inspiração para filhos que o honram e tantos outros.
"Cantando espalharei por toda a parte". E aqui fica, sem segredos, a sugestão, com destino à presidência da Câmara Municipal da Covilhã; presidente da Junta de Freguesia do Dominguiso; José Venâncio; Notícias da Covilhã; Jornal do Fundão; Rádio Beira Interior.
E, como é obvio, para os filhos de Ezequiel Guilherme de que não tenho endereço electrónico.
Com abraço cordial que a todos abranja. Marcial Alves.
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