Sabes o que é um cardiógrafo? Não? Calculas. Ainda bem. Pois eu "sei": é um aparelhómetro que serve para registar os movimentos próprios do coração: "variações de forma, de volume, de consistência, etc". Trata-se de uma invenção moderna a que me entrego regularmente para que um médico especialista consiga ler como vai o meu "relógio".
Ora, um dia destes, comentando, leigo na matéria, com o Prof. Carlos Ribeiro, a meu ver, "a progressiva simplicidade e sensibilidade dos cardiógrafos actuais" quando comparados com aqueles a que me deixei ligar há uma, duas décadas, fui surpreendido com a pronta e, logo ali, fundamentada informação de que, no que respeita à sensibilidade do dito cujo, a coisa...não tinha melhorado... Isto é, afinal, os cardiógrafos de há uns anos atrás eram muito mais sensíveis do que os actuais!... De tal modo que captavam não só o "funcionamento" do coração, mas os impulsos eléctricos que "circulavam" à volta do paciente... Por outra palavras, incluíam na informação que forneciam ao médico, não apenas o registo gráfico dos movimentos do coração, dos ruídos cardíacos, etc, como uma boa parte do que, no campo eléctrico, se passava fora do coração observado. Resumindo, houve que, segundo o professor, ao longo das últimas décadas, "humanizar" os cardiógrafos, cuja hipersensibilidade inicial falseava a realidade pretendida: no caso, "sabiam" mais do que o fundamental... Foram, por isso, necessárias repetidas aproximações até chegar a um aceitável, ajustada que terá sido a sensibilidade maquinal à "verdade" desejada, sem excessos desvirtuadores.
E é isto. Achei curioso e quis dizer-to. Tanto mais que na vida, não raro, também é assim: exageramos nas avaliações, metendo no mesmo saco factores que só complicam o essencial dos nossos conceitos - às vezes, perigosamente, hipersensíveis."
Foto-exemplo de "hipersensibilidade" (leia-se excitação) na captação, no caso, externa, da imagem... |
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