quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mariana Rey Monteiro

Faleceu Mariana Rey Monteiro, repetiu-me, logo de manhã, a televisão. As minhas homenagens.

A sua partida recorda-ma, entretanto e uma vez mais, como excelente figura do nosso teatro declamado. Mas lembra-me, sobretudo, sua mãe, Amélia Rey Colaço, que tantas vezes  fez levantar plateias no D.Maria II, em Lisboa, para  aplaudir. Em "A Visita da Velha Senhora", por exemplo.

Mas lembra-me também, no mesmo teatro,  Palmira Bastos, outra grande intérprete, nomeadamente, em "As Árvores Morrem de Pé".

Isto tudo para dizer que Mariana Rey Monteiro, notável em muitos papéis, para mim, viveu quase sempre "ofuscada" pela "presença" viva dos que se lembraram de outros que, na "escola" D. Maria, se excederam no brilho.


A vida é assim. A memória selecciona, selecciona, selecciona e faz-nos correr o risco de, por exemplo, entre um Eça e um Saramago, esquecermos, sem querer, nomes grandes que, no caso, tornaram grande a  literatura portuguesa. Cito outro exemplo: entre Camões e Pessoa, quem? Centenas, dirão. Mas que fazer?

Descansa em paz, Mariana - mas leva um abraço comovido à Senhora Tua Mãe e à Senhora D. Palmira Bastos, pedindo-lhes que rezem aí, onde estão, por um D. Maria com Ruis de Carvalho em abundância, se possível.

E, já agora, "matinées" ao sábado, que chegaram a ser oportunidades de casa cheia - com
peças inesquecíveis.

1 comentário:

  1. ...que Jorge França, generoso, escreveu no FACEBOOK: "Plenamente de acordo. Só que "matinées" ao sábado não pode ser, "porque outro valor mais alto se alevanta."
    Eu já sou velho, porque sou do tempo em que os desafios de futebol eram sempre aos domingos e os jornais desportivos saíam duas vezes por semana. Agora aos sábados, e não só, também há futebóis e, como sabe, o futebol
    é que "instrói" e os jornais desportivos têm que sair todos os dias, com notícias "desportivas".

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