sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os enigmáticos papéis velhos...

É manuscrito. Palpito-lhe a idade pelo papel, que é de jornal; pela letra, que é de quem tem pressa de ser crescido; pela tinta (castanha) de que ainda tenho um resto, do tempo em que não ofereciam às pessoas esferógraficas com publicidade... E é um resto, com as pontas de uma ideia... Pretende (?) malhar em qualquer coisa que se estava a passar relativa Revolução em Curso", mas o que leio é pouco para tirar conclusões... Oportunismo político de alguns? Aparências?... Não sei. O que sei é que, entretanto, fiquei avô e a moça (é uma..., não um ele...) acaba de se licenciar em ... em Arqueologia. E quer ser Mestre.

Curioso!... Talvez ela me possa ajudar a pôr alguma luz neste meu ... pedaço de... (será que na altura foi tão evidente a existência de gente a querer perpetuar-se?...)

"O faraó, senhor todo poderoso, mandou chamar os arquitectos e disse-lhes (reza o manuscrito. Juro a autencidade):

- Rapazes, quero que mandais fazer um túmulo em que eu permaneça para todo o sempre depois da morte. Ordenai que seja uma coisinha camarada talvez em forma de pirâmide, que resista a intempéries e  tão grande que deslumbre os vindouros...


Mandai vir os escravos de que necessitardes e ide imediatamnete ordenar o início da obra.


Há aí no armeiro chibatas novas. Usai-as sem dó nem piedade. É preciso que a construção comece quanto antes, que eu já não sou uma criança e gostava de acompanhar a obra..."

O resto do texto está ilegível, mas há nele uma data, UMA DATA: MCMLXXV.

Será que... Será que eu me preparava para abordar o famoso cerco à Assembleia, em Lisboa. E que os Rapazes a que se refere o texto, eram os da Construção Civil que por lá andaram em força nas imediações, sob as ordens de algum general da época?...

Algures no deserto (foto M.P.)
















Enigmas da História. É mais um, sem pretensões: o de um simples Papel Velho, acabado de achar.

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