domingo, 6 de março de 2011

Carnaval carioca: escravatura tema "obrigatório"

Já hoje aqui escrevi, mas, sobretudo, inseri fotografias daquelas que terão sido, por atacado, as doze horas seguidas mais eufóricas da minha vida, justamente, há 26 anos, no Sambódromo do Rio de Janeiro. O que eu não sublinhei, e faço-o agora, é que um dos temas fortes do que me recordo ver abordado foi (é capaz de ter continuado a ser...) o da escravatura.

Salto, por isso, directamente para o assunto, antes que venha a Semana Santa, e a coisa perca oportunidade...

Serei breve. Não sou historiador, mas tento ser perscrutador... Tenho dias. Aí fica o que perscrutei, por curiosidade que o B.I. "justifica",  o Carnaval ajuda a lembrar e... e o "banco do jardim" impõe: 

Do projecto de lei de Rui Barbosa, enquanto deputado. Brasileiro, toda a gente sabe:


"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Da emancipação

Art. 1º - A emancipação, nas hypotheses  para que especialmente dispõe esta lei, opera-se:

a) Pela edade do escravo;
b) Por omissão de matrícula;
c) Pelo fundo de manumissão;
d) Por transgressão do domicílio do escravo;
e) Por serviços deste ao senhor.

Dos sexagenários

Parágrafo 1º - O escravo de 60 anos cumpridos antes ou depois desta lei (...).

I - Se os libertados em virtude dessa condição preferirem permanecer em casa dos seus antigos senhores, será facultativo a estes, retribui-lhes, ou não, os serviços.

II - Nos casos de enfermidade ou invalidez (...)."

Para inspirar carnavalescos chega... Tanto mais que viver depois do 60, na condição de escravo, e no final do século dezanove ...

Quanto ao Entrudo: gostei muito do que vi - mas sem pensar cinco minutos no que se pretendia dizer, como é próprio das gargalhadas e dos deslumbramentos visuais da circunstância ... Que se mantêm.

O nosso Festival da Canção, por exemplo, foi carnavalesco, mas passa ... O que fica é a bolsa do Zé, que se vai manter assim mesmo depois da Semana que há-de ser, como habitualmente, Santa.

Disse.


Até amanhã. Aqui. No banco. Se não chover.

Sem comentários:

Enviar um comentário