"Porque escrevo?
Escrevo para criar um espaço habitável da minha necessidade, do que me oprime, do que é difícil e excessivo. Escrevo porque o encantamento e a maravilha são verdade e a sua sedução é mais forte do que eu.
Escrevo porque o erro, a degradação e a injustiça não devem ter razão.
Escrevo para tornar possível a realidade, os lugares, tempos, pessoas que esperam que a minha escrita desperte do seu modo confuso de serem. E para evocar e fixar o percurso que realizei, as terras, gentes e tudo o que vivi e que só na escrita eu posso reconhecer, por nela recuperarem a sua essencialidade, a sua verdade emotiva, que é a primeira e a última que nos liga ao mundo.
Escrevo para tornar visível o mistério das coisas.
Escrevo para ser.
Escrevo sem razão."
* in "Pensar", de Vergílio Ferreira
RTP, hoje: "os alunos de Português ..."
- Quem foi/é Vergílio Ferreira, meus meninos?... Quem foi?... Tenham vergonha!
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