segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Rostos *

* Às vezes, rostos de gente jovem, mas, em regra, não. Os velhos têm, por vezes, em cada ruga, como que aquelas estradas romanas que, quando perguntadas pela nossa sensibilidade, e eventual saber, nos contam histórias de encantar, nos dizem como era o mundo, que dificuldades venceram para persistir na aventura de continuar. Muitas vezes pisadas, calcadas, quase humilhadas pelas botas cardadas e impiedosas da vida.

E os sorrisos das rugas? E as gargalhadas que, não raro, aí se adivinham, nos extremos dos lábios, no olhar ...

E a ternura imensa que um rosto enrugado e levemente aberto no sorriso, pode transmitir ...

Um rosto velho é um livro, um livro com muitas páginas, às vezes, quase uma enciclopédia. Os rostos velhos acrescentam. São, em linguagem nova, uma NET, com face humana. Que fala de NETos, que fala de NETas. Que um dia se vai avariar - sem conserto. É por isso que eu gosto de lhe, lhes, coleccionar os olhares, as rugas - que são iguais às da minha mãe, às do meu pai - que já partiram.

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