quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Apontamento transversal

Numa altura em que Portugal, talvez mais do que nunca, nos últimos cinquenta anos, precisa de se revelar adulto, isto é, sabedor, inteligente, cordato, começam a desenhar-se no horizonte as profundas assimetrias culturais, sobretudo estas, que o separam.

Peguemos numa amostra. Simples amostra. Por exemplo, uma pequena freguesia entre Lisboa e Porto: claro que não se nota assim, bem expresso, o desejo do poder absoluto, uma espécie de todos do Benfica, ou de todos do Sporting, mas a verdade é que, aberta uma iniciativa com pretensões a transversal, logo surgem, limpinho sem osso, para destruir (não para acrescentar) fanáticos contra fanáticos à procura, senão da vitória, pelo menos da anulação do jogo ... Fulano é encarnado, mas deveria ser amarelo; beltrano, que deveria ser azul, é conhecido por verde ...

Instalam-se os do proscénio de feira (quando a política oficial o reclama) e assim vivem todos, "cantando e rindo", num quanto baste idiota, mas muito senhor do seu nariz - adunco. A que, baixinho, se junta o voto secreto de que, já agora, às escondidas, regresse quanto antes uma "moralizadora censurazinha ..."

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