O Dominguizo, que é, sublinha-se, uma aldeia do interior beirão de Portugal (dizem as estatísticas, "amáveis", que há muita gente a ler o ruadojardim fora das fronteiras portuguesas que pode não saber da sua existência), tem um novo espaço infantil. Bravo! Oportunamente tive ocasião de, aqui, o frisar.
Acontece que, agora mesmo, acabo de dar de nariz com um pequeno cartaz que guardo, apesar de tudo, numa gaveta, que refere um tal MOMENTO COM ... (Setembro de 2009) em que era suposto, por sugestão feita em tempo útil, falar sobre as relações avós-netos, a partir da leitura de algumas Cartas à Minha Neta, oportunamente escritas.
E o que é que aconteceu?
Dei por isso "em cima do acontecimento":
- o encontro foi marcado para uma data coincidente com uma pré-campanha eleitoral local;
- o encontro, postas à escolha dos organizadores locais duas salas: um auditório ou uma sala de jogos de snooker, com mesas de apoio a um bar, "quem dirigiu a coisa" escolheu, vamos lá saber porquê, não o auditório (inequivocamente disponibilizado), mas a sala enorme e de todos os barulhos - mais própria para comícios do que para eventuais conversas sobre crianças e jovens ...
- acresce que, em vez de, como sugerido com grande antecedência, se fizesse ouvir música tocada por um ou mais jovens com ligações à Escola de Música da sede do concelho, ali a 11 quilómetros, não senhor: foi
apalavrada e concretizada a presença de "fadistas" da terra que, generosos, copos em fundo, cantaram ao som de guitarra e viola, essas, sim, trazidas da Covilhã, que "presidiu".
Em resumo: a sessão começou no meio do tenir de "vidros" num balcão a poucos metros da "mesa dos trabalhos", com vozes que se estavam c... para conversas sobre os mais novos, enquanto a um canto os politicamente contra a presidência, em exercício na Junta (candidata a novo mandato), faziam os ruídos da confusão necessária para que nada desse certo...
Numa palavra: acabou por, em minutos, se criar um ambiente que em nada abonou ninguém, mas que agora, de algum modo, com nova sala para a pequenada, se recompõe, não para palestras sobre crianças e jovens, mas para um acolhimento aos que, se calhar, migrantes, enchem - e bem! - a aldeia de gente nova, que, nova, pode evitar, a prazo, que voltem a substituir-se conversas sobre filhos, netos e bisnetos por cervejolas e comícios de cordel ...
Porquê este "post" nesta altura? Porque acabo de reler o essencial do que então quis dizer e ... e apetece-me voltar a saudar o Futuro, o futuro do Dominguizo, aldeia serrana, que aqui chamo, como quem chama pela pureza das origens e actualiza a bondade do novo infantário, enquanto marca de eventuais novos tempos, em que, não eu, claro, alguém, respeitosamente, possa falar dos miúdos e em relações intergeracionais.
Sou eu, o subscritor deste blogue que, passados TRÊS ANOS sobre o lamentável-inesquecível, venho aqui por sentir este "post" mais visitado do que alguns outros que "falam da cidade" e para reafirmar, de novo, o mais profundo repúdio pela atitude, diria, indigna dos avós que fizeram a terra que é também da gente simples e boa que dá prazer ouvir ao serão ou no banco das tílias ...
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