Já não vou à Feira da Ladra, em Lisboa, há uns anos, mas está a parecer-me que, por lá, o negócio de antiguidades deve estar, não digo próspero, mas quase... Pelo menos o mercado dá mostras de estar cada vez mais abastecido com o que vai progressivamente sendo, em casa de cada um, mais "superflúo" e vendido ao desbarato ... Aliás, não é preciso ir à Feira da Ladra para perceber isto. Basta percorrer o país e tomar nota de quantas lojas compram, por exemplo, ouro e coisas assim (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...).
- Ó filho, não achas que esta casa tem bugigangas a mais?...
- Olha, filha, já andava para te dizer isso há uns tempos ... Estamos velhos ... O melhor é desfazermo-nos de alguns monos ainda do tempo da tua bisavó ... Não é tarde, nem é cedo, no sábado vou dar um salto à Feira da Ladra p'ra ver em que param as modas. Se calhar até dá p'ra ...
E assim por diante. Palavra puxa palavra: Feira da Ladra com o que "está a mais"! ... (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...)
Donde, meus amigos (agora os outros, os amantes das pechinchas), é fartar! A não ser que queiram esperar mais um pouco pelo continuo apertar do cinto ... As coisas podem melhorar ... As coisas podem piorar ... Não, as coisas podem melhorar ... Não, as coisas podem piorar ... Depende da perspectiva (isto sou eu a pensar na vida, é evidente ...).
- Prontos, está decidido: vamos à Feira da Ladra ver se nos compram o buda de marfim, a Nossa Senhora de porcelana, o canivete suíço, o tacho de cobre ... Logo se vê...
- Olha lá, filho, e a Enciclopédia Luso-Brasileira?... Agora nem para os miúdos serve ... Já não se escreve Português como naquele tempo ... Aliás, temos a Internet, não te esqueças ...
- Boa! Também há Feira da Ladra à terça-feira, não há ?... Vamos lá já amanhã !!!
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