Temos pressa, disse um dia em desfilada
Vai-nos faltar a verdade, nua e crua
A viagem será de madrugada
E a razão quase abalada é minha e tua
É uma evasão, reles e mesquinha
Que mais se parece com a desgraça
Sei lá que maldição se avizinha
Ou é mais uma tentação que passa
Fecha a luz, abre os olhos de mansinho
Acorda-me com a aurora, mas bem cedo
E chora no meu ombro docemente
Dá água à flor, à ave o ninho
Diz que és forte, fiel, sem medo
E que me esperarás eternamente
* in A Hora da Vida, de Rui Assis e Santos,
em S. Paulo, Brasil, Março de 1980 (com amável autógrafo)
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