sábado, 17 de dezembro de 2011

Memórias do meu cata-vento-de Timor a Timor * VII

* Palestra proferida em Santo António dos Cavaleiros, nos arredores de Lisboa, com apresentação, em posterior publicação, da Prof. Doutora Maria Beatriz Rocha-Trindade

"Manuel Antunes, especialista em cirurgia cardio-torácica

Natural de Leiria, 43 anos de idade e mais de uma década naquele país (dizem-mo actualmente em Coimbra), foi em Joanesburgo - na pátria das primeiras transplantações cardíacas - que o conheci, movido pela curiosidade de saber se por lá português, na especialidade, também é gente ... A resposta veio pronta e mais uma biografia síntese aí vai ... para, no essencial, português fixar.

Reporto-me a 1985, mas, quanto a mim, a amostragem ainda vale a pena: assistente da Faculdade de Medicina de Lourenço Marques, antes de, em 1975, ir para a África do Sul, ali foi bolseiro, com vista ao doutoramento.

De 1976 a 1980, faz a sua preparação em cirurgia cardio-torácica e, depois de um estágio em Paris, inicia um programa de valvuloplastias mitrais, e, de Janeiro de 1981 a Junho de 1983, cerca de 200 intervenções deste tipo foram concretizadas por si e pelos seus colegas a quem transmitiu os conhecimentos adquiridos na capital francesa.

A seguir, foi, sucessivamente, especialista sénior e especialista principal, passando a chefiar, em terra que, nesta matéria, não é de cegos, uma das duas equipas de cirurgia cardíaca de Joanesburgo. Durante este período, teve épocas de trabalho em Paris e em Londres e apresentou uma tese para o grau de "master".

É doutor em filosofia da medicina pela Universidade de Witwatersrand e, em 1981, registam-no na Ordem dos Médicos portuguesa como cirurgião cardio-torácico.

Em 1980, recebe o prémio da Sociedade Sul-Africana de Cardiologia, "por uma contribuição significativa no campo da cardiologia e cirurgia", e, em 1983, é distinguido pela citada Universidade.

Em 1985, fazia parte do Conselho Directivo da referida Sociedade Sul-Africana e presidia ao Grupo Médico Português da África do Sul. Naquela data, enquanto o índice de mortalidade operatória nos casos operados electivamente pela sua equipa, se situava num nível inferior a 1%!..., achava que o que faltava à saúde em Portugal não eram condições técnicas ou financeiras, mas a estruturação dos seus meios humanos (sic)..."

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