"A festa mais importante era a do Ano Novo. Antes de o velho ano acabar, o deus do fogão da casa tinha um papel a desempenhar nos rituais: ele passara todo o ano a observar a família e no fim iria subir ao céu para fazer o seu relatório. Como quase toda a gente fizera certamente algo condenável , antes da partida do deus as pessoas ofereciam-lhe bolos, esperando que estes o impedissem de abrir a boca para as denunciar ou que, se conseguisse falar, dissesse unicamente coisas agradáveis.
No primeiro dia do ano, os membros mais jovens da família alinhavam-se por ordem de idades, a fim de apresentarem formalmemte os seus cumprimentos ao chefe da família. Os solteiros recebiam pequenos presentes de dinheiro em envelopes de cor vermelha, a cor da sorte. Toda a família prestava homenagem aos deuses da casa - os antepassados, o deus do fogão, os deuses da porta, o deus da terra sobre o a qual se erguia a habitação, o deus do poço no exterior e um grande número de outras divindades.
Faziam-se ofertas aos espíritos, para que estes não fizessem travessuras nem estragassem a sorte do novo ano.
No dia de Ano Novo, era proibido usar tesouras, facas e vassouras e também rogar pragas, pois podiam prejudicar a sorte. Como nesse dia também era proibido matar, as pessoas só comiam vegetais.Nesse dia, todos acrescentavam um ano à sua idade; como ao nascer, se considerava que o bebé tinha um ano de idade, uma criança que nascesse uns dias antes do Ano Novo teria 2 anos depois de vir ao Mundo."
* in História da Vida Quotidiana
Sem comentários:
Enviar um comentário