terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Geografia - Parabéns, Brasil! 2
"(...) A Guanabara seria depois à partida a imagem que todos haviam desejado à chegada. Lindo dia de sol esteve connosco no adeus ao Rio e o que quem lá esteve como eu consegue dizer é pouco para explicar o que se viu. Numa fotografia cabem morros e casas, florestas e praias, azul e cinzento, verde e branco - mil cores. Azul do céu e do mar, cinzento dos morros, verde das florestas, branco da espuma das ondas que esbatem nos longos areais da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro. Mil, mil cores do imenso casario, ora colonial, ora espigado e pedindo meças aos morros que o ladeia.
O Rio é assim: sempre o contraste entre a natureza e a obra do homem, ou melhor, sempre esta a acariciar aquela, a dar-se as mãos, a casar-se para maravilha dos nossos olhos.
Quem, como eu, subiu à noite ao Corcovado e assistiu ao "desabrochar" das luzes da cidade a toda a sua volta, perde-se ao tentar descrever com pormenor o que teve a felicidade de ver. Para mais, também neste dia havia forte nevoeiro a cobrir a cidade. Posso dizer que não se vislumbrava uma única lâmpada acesa na noite escura em que o Rio mergulhara. E, de repente, foi como que se um véu tivesse sido levantado e por baixo houvessem começado a acender velas em louvor de Cristo. Num momento, à volta do Redentor, formara-se a procissão que ajoelhara cantante juntando-se a mim, pecador deslumbrado e estupefacto que nem ao menos consegue ciciar uma oração de agradecimento pelo que estava a ver. Era toda a cidade em grande peregrinação ao Corcovado.
Nas estradas, lá ao fundo, dir-se-ia que não vinham automóveis de luzes acesas, mas mais fiéis em marcha lenta e recolhida aproximando-se de um destino comum. Quase sozinho, junto à base do Redentor, senti-me assim como que eleito naquele momento de festa na cidade. Ia a dizer de festa no santuário (...)."
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