domingo, 4 de março de 2012
A Austrália por quem a vive ( III )
PORTUGUÊS - MÉDIO - QUEM É NAS TERRAS DO FIM DO MUNDO? Correndo o risco das generalizações ...
Imigrante por amor: toda a gente sabe que, quando, na década de 60, os portugueses começaram a chegar à Austrália em maior número, não vieram escolhidos pelo seu intelecto ou pelos saberes que tinham, mas pelos músculos que podiam emprestar a este país.
Cônsul honorário: carpinteiros, pedreiros, pintores ...
Imigrante por amor: mérito nosso, sem dúvida. Mas não vale a pena escamotearmos as questões: de início pegámos no rebotalho das tarefas existentes, que os australianos rejeitavam. Trabalhos em fábricas, trabalhos, por exemplo, para a Companhia das Águas, a abrir valetas ... Músculo!...
Director de jornal: dedicou-se ao que, à partida, não lhe punha tantos problemas linguísticos e não exigia habilitações especiais.
Taxista: conto-vos como, sem o ser, a certa altura, me fiz pintor de construção civil: pedi emprestado um fato de macaco, já sujo com pingos de tinta, e apresentei-me ao capataz como oficial pintor. Acto contínuo, o fulano, honesto, passou-me para as mãos uma pistola de pintar, desarmada (cada peça para seu lado: borrchas, motor eléctrico, tudo separado). "Agora é que estou arrumado ... Não sei por onde lhe hei-de pegar ...", pensei. Acontece que o capataz tinha posto um aprendiz a ajudar-me ... que, enquanto eu, premeditadamente, fui à retrete, cheguei e não cheguei, armou a dita pistola e começou, ele próprio, a dar os primeiros disparos de tinta. Não foi preciso mais nada ...
Pintor naif: Também tentei tudo ... Excepto ser militar. Mas sempre por conta própria ou em obras públicas, que as minhas profundas convicções políticas assim determinavam ...
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