quarta-feira, 28 de março de 2012
Letras de protesto
Eça in Campanha Alegre
"Para quê o discurso da coroa? Para quê obrigar o chefe do Estado a repetir uma velha lauda de prosa escrita em 24, e que é hoje uma negação da verdade, uma falsificação da história? O País está desorganizado: esta certeza é dada pelaa discussões do parlamento, pelos relatórios dos ministros, pela afirmações da imprensa, pelas conversações dos cidadãos. Por consequência, ou o discurso da coroa exprime rigorosamente a opinião e a consciência do chefe do poder executivo - e então que confiança nos pode inspirar este magistrado, se ele ignora inteiramente o estado do país? Ou não exprime opinião alguma - e então que seriedade tem o chefe do poder executivo, vindo diante do País, quando eram necessárias palavras decisivas, recitar parolas ocas e vãs?
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Porque (...) o que logicamente devia dizer? -Isto:
"Meus senhores: - É com o maior desprezer que me acho no meio de vós, pois que estou fatigado da vossa imbecilidade, da vossa intriga e do vosso desleixo. A situação exterior é esta: somos o que somos, porque nos deixam ser por misericórdia. A interior é esta: finanças em ruína; colónias exploradas pelo estrangeiro; marinha nula; indústria entorpecida; clero ignorante e imoral; ensino caótico; vida municipal extinta; funcionalismo desbragado; pensamento emudecido; carácter corrompido; serviços públicos desorganizados; leis em confusão; agiotagem em triunfo; proletariado em miséria, etc, etc. Vão, e que o Diabo os carregue, para os seus lugares. Disse."
Segundo o pessoal do Jardim, HOJE, haveria que fazer modoficações neste discurso, mas ...
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