Anatomia das ideias ( 0023 ) - Barcelona
Mais do que a Galiza no nome próprio e na família que já partiu, e que tem, naturalmente, um lugar único no nicho, onde, dos afectos inesquecíveis, a emoção que Espanha me provoca é outra, é catalã. Mas, para ser mais preciso, tem epicentro em Barcelona, a que Madrid não chega, por muito espanhola, e europeia, que se apresente. Em Barcelona, sente-se Espanha, mas sente-se também a trepidação de uma Europa, talvez imaginária, mas poderosa, fervente, trepidante, senhora do seu nariz ... Na prática, talvez, hoje, apenas apelo, mas, no caso, apelo gritado. Rápido nas palavras: a Europa começa em Barcelona. A Europa da febre, da genica, da garra espanhola, de que se falava há anos a propósito de futebol ... Mas ...
Mas (a palavra a M. Teixeira Gomes in Novelas Eróticas) ... "As minhas relações com gente da Catalunha datam da infância (...). Ao contrário do que me tem sucedido noutros sítios, dos quais a primeira impressão sobrepuja a quantas me produziram visitas subsequentes, ficou-me desses dias, bem vivo na memória, um quadro completo, que esmorece ou apaga a lembrança de todos os outros, com a agitação tumultuosa do operariado activo, o antagonismo das raças e das crenças, a propaganda sindicalista e clerical; a expansão fabril e o fanatismo diligente dos jesuítas e frades, que iam enchendo os arrabaldes de verdadeiros Escuriais
onde a burguesia aprendia a detestar a liberdade ... alheia."
Será que já não é assim? Vamos ao Necrotério: Anatomia das Ideias.
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