quinta-feira, 10 de maio de 2012
Os portugueses em França - anos 80 ( IV )
"(...) Será o momento de trazer o Peugeot até à aldeia de origem, é a altura de dar milho às galinhas no quintal da casa que se foi construindo durante as "vacanças" de anos a fio, é ocasião para, entre dois copos de boa pinga e o saborear de umas azeitonas da sua terra, encher a aldeia das "facilidades de toda a ordem" encontradas no país de opção. E o gozo estará em ver meio mundo de boca aberta, sonhando também. Afinal, uns acabam por sonhar com o bem-estar que anseiam, enquanto outros - os chegados - pensam no caldo à lareira que os viu nascer e um dia abandonaram na esperança de um futuro e definitivo reencontro.
Entretanto, os filhos são meio portugueses, meio franceses, e os netos, que também constam do agregado familiar e que nasceram, igualmente, em França, em boa verdade já de Camões só registarão o universalismo, não a língua. De resto, a situação tomará uma cor mais exacta se se disser que, por muito que se pese, em condições normais e sem considerar valores transcendentes, são os pais os grandes carecidos da aprendizagem do português pelos filhos. São, pelo menos, os seus beneficiários mais visíveis e imediatos no dia-a-dia.(...)"
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