Não sei se quem aqui vem sentar-se no jardim tem ideia do que são, em serviço, 90 dias fora de Portugal, com mudanças regulares de pais e ... e acumulação diária de ... de "coisas", as mais variadas. Resultantes, em primeiro lugar, do trabalho (livros, revistas, fotografias), de ofertas as mais diversas e ... e de "recuerdos", naturalmente. De repente, a bagagem que, à partida, era composta, por exemplo, por duas malas, uma pasta, um gravador e acessórios, uma máquina fotográfica e ... e pouco mais, de repente, começa a transformar-se numa insuportável companhia ... Para não falar na necessidade de, no básico, levar roupa para Verão e Inverno, a administrar com a colaboração óbvia das diversas hoteleiras lavandarias que se vão encontrando ... Um inferno!
Mas, fundamental!, o mais importante é, no fundo, dar conta do recado, trabalhando, trabalhando, trabalhando - com base, ou não, nos contactos (oficiais e outros) efectuados em Portugal antes da partida. SEM INTERNET, que ainda não havia.
Contudo, o ponto é este: como é que, à medida, que a bagagem crescia, era (é?...), possível fazer chegar "a casa" o que se acumula todos os dias? Os tempos não são hoje os mesmos, mas, na década de 80 foi assim:
"achados e perdidos" da TAP - eu "perdia" e a família "achava" ... na Portela ...
e, sobretudo, através dos nossos consulados locais e/ou embaixadas, um determinado contacto no Palácio das Necessidades, em Lisboa, que recebia o que era enviado e...e ficava à espera que alguém fosse buscar.
No meio de tudo, salvo erro, só desapareceu um livro, por falha de um dos contactos deixado em Caracas.
E foi assim. Das que alguns apelidam de "histórias de vida", esta é, se quiserem, mais uma - sem recurso à imaginação. Ou à crítica. Ou à memória alheia. Ou ... Ou ... Ou à maravilha do que, sentado neste banco, às vezes, se ouve ou se vê. Ou se sente.
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