quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A velha democracia grega

A situação económica e política na Grécia assusta. E assusta, digo eu, porque foi lá que nasceu a Democracia, rezam as crónicas.

"Nos primeiros tempos, Atenas foi governada por oligarcas e tiranos, mas em 510 a.C. Clistenes expulsou o último desses governantes e instituiu o primeiro governo democrata do Mundo. Os cidadãos foram divididos em 10 grandes grupos chamados tribos. Cada tribo elegia 10 homens com mais de 30 anos para um conselho de 500 homens que desempenhava a função diária de governar. Por sua vez, os conselheiros serviam uma comissão, que propunha leis a discutir pela Assembleia de todos os cidadãos. Durante esse serviço, que depois passou a ser remunerado, os conselheiros tomavam as suas refeições, a expensas do Estado, na sede da administração ou na Praça Pública."

É o que está escrito, algures. Com mais palavras, menos palavras, reza assim.

Mas temos a História Contemporânea. Temos a Grécia, hoje, a modos que incapaz de se "segurar"... De
ser exemplo. A ter que levar à letra o que a História regista e, simultâneamente, administrar o seu quotidiano de forma não contraditória em relação aos princípios em que se fundou. É claro que, dir-se-á, ninguém tem nada com a forma como Atenas "está no mundo"... Errado. Não teria se todos fossemos independentes uns dos outros. Mas não é assim. "Os direitos do teu dedo, querida Grécia, terminam onde começa o meu nariz." Quando tu não cumpres estás a tirar-me pão - e não foi isso que me"ensinaste"...

Sabes, Grécia, às vezes apetece-me dizer aos meus que não pode ser desta ou daquela maneira, mas lembro-me do teu sistemático mau exemplo e fico a pensar o que pensar ... Sabes, Grécia, eu não gosto da Troika ... Mas, lamentavelmente, nem sequer consigo argumentar com o teu exemplo histórico ... E tenho pena. Porque o que eu gostava era de ir ao aeroporto da Portela e receber esses fulanos com a saudação "bordaliana" que trago sempre no bolso para qualquer emergência ...

Querida Grécia, por todas as razões e mais esta, vê lá se pões a casa em ordem para ver se a gente pode, finalmente, desabafar ... É urgente.

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