As casas de Alvalade, de lado para a avenida da Igreja (lado Norte) deram lugar a uma quatro ou cinco ruas novas, traseiras com traseiras. No espaço entre estas traseiras foram autorizados pequenos quintais com medidas bem definidas, o que, sem se ver do alcatrão da rua, deixou espaço para couves, flores, galinhas, patos ou, pura e simplesmente, relva e baloiços para as crianças.
Estive dezenas de anos sem lá voltar. Até que um dia destes "fui ver"... E fiquei a pensar naquele sociólogo que, quando viajava e queria saber "mais" acerca da terra visitada, optava por uma incursão pelas traseiras dos prédios, onde segundo ele, encontrava "o povo" ... Pois bem, lamento escrever que, em Alvalade, Lisboa, se ninguém, nos últimos anos fez nada pelo saneamento das traseiras dos seus prédios, o que lá está é uma mata, quase sem caminhos, onde se acumulam lixos, dejectos de animais, porcarias as mais diversas ...
Infelizmente, é assim. Mas ainda se fosse só em Alvalade ... Mas não: visitem-se, por exemplo, alguns bairros das zonas límitrofes da capital lisboeta, ou outras, e ver-se-á, ver-se-á, "em todo o seu esplendor", a educação que, no fundo, em nome dos mais estranhos argumentos, foram levados do interior de cada um para as traseiras de muitos prédios, cujas fachadas ... não passam disso ... Com mais vasinho, menos vasinho.
Nem de propósito, o filme sobre Macau que ontem passou na RTP 1 trouxe à memória o passeio matinal dos pássaros que muitos macaenses têm em casa. Vou tentar descrever, com um exemplo, o que acontece a partir de uma gaiola trazida daquele ex-território sob bandeira portuguesa.
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