in Diário de Coimbra - Julho de 1995
Infelizmente, hoje como em 1995, ou talvez mais hoje do que em 1995 ...
"No lar da terceira idade, pasmados uns, lúcidos, ou quase, outros, faziam-se tentativas para reanimar o viço deixado algures. Coisas do verbo. Até que, lá do fundo dos pensamentos envoltos em ironia, saiu o grito abafado do desconsolo que passou:
"O meu homem era um bêbado, que não deixou saudades. Se eu dizia que o deixava, ameaçava matar-me ... Fez-me nove filhos ... Há quem diga que isso dá prazer ... Por mim, fi-los no meio de lágrimas e fome ... É aqui, neste silêncio, que estou a gozar um pouco a vida ..."
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