* confirmação do publicado pelo signatário deste blogue no Diário de Coimbra, salvo erro, em 1994
"... lego:
Os olhos a quem, à data da minha morte física, tenha provado, por palavras e obras, que não gosta de ler leis que não votou;
O coração a quem, em condições normais, não tenha conseguido tê-lo;
Os braços a quem, com um sorriso, precise de colher flores silvestres e abraçar irmãos seus em crise;
O nariz a quem tenha lutado por paisagens despoluídas;
As orelhas a quem, logo ao amanhecer, goste de ouvir a palavra liberdade;
A boca a quem, fora das cerimónias oficiais e outras, goste de beijar crianças;
As pernas a quem necessite de encontrar os outros, onde quer que seja;
Quanto ao resto, respeitada a minha condição masculina e latina, deixo, a quem quiser, o que sobrar e esteja fisicamente capaz de ser utilizado, sem violência psíquica para a família que me sobreviver."
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