sábado, 23 de fevereiro de 2013

Letras de protesto

É de lavra própria, foi, algures, publicado em Fevereiro de 1997, mas, mas  ... NADA!... Embora só um excesso de ingenuidade pudesse levar a acreditar o contrário ... Republica-se ... Olha, fica republicado ... Seja o que os deuses quiserem ... São LETRAS DE PROTESTO.











"Para a maior parte dos países, a droga é um produto importado. Sem papelada, sem marca de origem, sem alfândegas de permeio, sem exportadores conhecidos, sem intermediários com bilhete de identidade, mas, infelizmente, com consumidores em número crescente. Conhecem-se as áreas em que, à luz do dia, crescem as plantas que, reduzidas a pó, servem de matéria-prima à "mistela"; ninguém ignora a dependência económica de milhares e milhares de agricultores de uma tal "agricultura", mas ... Mas, sendo um problema mundial, ONU's, CE's e outras organizações de grande porte à mistura, não se vê ninguém lançar uma ajuda financeira e política universal que contribua para a reconversão desses campos que matam, primeiro, a fome a quem os trabalha, depois, tragicamente, a vida dos seus destinatários finais. Se não é fácil deitar a mão aos barões da droga, talvez seja menos difícil - nem que seja à força - cercar campos de cultivo das raízes de todo o mal que se conhece e transformá-lo em herdades, quintas ou quintais de couves, que também dão pão, pelo menos, aos que, com ar faminto e dependente, surgem nas ilustrações dos jornais e, na verdade, igualmente, têm direito à vida.

Em poucas palavras, mobilizar contra o consumo de droga, sim; prender os traficantes, sim; educar, com certeza; acabar com tais culturas, já! De outro modo, até parece que são os dirigentes dos países os grandes patrões do negócio..."

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