domingo, 3 de março de 2013

Coisas do "tempo da outra senhora" ( 2 )







. No lado esquerdo, de um segundo andar onde vivi durante largo anos, não muito longe do banco onde, às vezes, em cima dos joelhos, vos escrevo, morava um guarda-freio da Carris que era da PIDE, dizia-se. Não nos falávamos. E raras vezes nos cruzávamos na escada.
Durante mais de duas décadas foi assim.

. O jardim (da Estrela, em Lisboa) onde, como se sabe, frequento um banco, que é onde vos escrevo, ou me sento "à procura de inspiração", antigamente não tinha iluminação pública e fechava depois do sol posto.

Um dia, aqui no Jardim, Leitão de Barros (ver quem foi na Wikipédia, por exemplo), inventou um ambiente antigo (século XIX?) e Lisboa, que já lhe devia a organização das marchas populares e de um Cortejo Histórico, viveu durante alguns dias o PORTUGAL que lera ou ouvira falar... Julgo que foi a partir daí que aquele espaço público passou a ter luz eléctrica e a estar permanentemente aberto.

Todos os anos o actor Erico Braga, que fazia parte do elenco do Teatro D. Maria II, organizava no então terraço do edifício do Diário de Notícias, na avenida da Liberdade, em Lisboa, uma exposição de aves canoras e ornamentais e, no Verão, dirigia o concurso Construções na Areia, que se realizava nas principais praias do país, também com o patrocínio do mesmo jornal.

. A certa altura, o chamado Estado Novo mandou desarmar os polícias de giro. Pelo menos, que se saiba, em Lisboa.

. No Teatro da Trindade, aos sábados à tarde, era representada a peça de teatro em cena nos demais dias e horas e, no final, da sessão, um dos artistas vinha à boca de cena "debater" com o público o trabalho acabado de representar.

. Antigamente, no Teatro D. Maria II, em Lisboa, a peça que estivesse em cena era também representada nas tardes de sábado. E a sala ficava sempre "muito composta"...

. No meu tempo não havia sacos de plástico!...

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