sexta-feira, 22 de março de 2013
Ler Madame Bovary em 1961, em 2003 e em 2013
Madame Bovary é um exemplo. Mas poder-se-iam aqui sublinhar milhentos: "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, muda-se o ser, muda-se a confiança; todo o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades".
Compreender a mudança. A dos outros e a nossa. Madame Bovary lido e analisado por mim, pela primeira vez, em 1961 e 42 anos depois e um dia destes ... Em traduções diferentes, é certo, mas ... O que nós mudamos!... No essencial, não diria, mas na "mais crescida" dissecação quase anatómica, do que se lê e se interpreta. O fascínio do diálogo interior lido a partir de sublinhados e notas em duas edições distintas do mesmo livro. A ingenuidade, quiçá, e o "saber de experiência feito". E aqui, talvez, o prazer da aventura existencial, o "quanto mais velho melhor ..."Uma boa justificação para ser e estar, sem desperdício de tempo ... Até que, pois claro, sem dramas, o apagador tudo faça regressar a zeros, as Bovary voltam, pelo seu pé, a parecer-nos o que nunca foram e, finalmente, a vontade se encaminha para uma conversa com Gustave Flaubert, lá onde ele possa estar, eventualmente, a ver o que nos arranjou com cinco dos seus anos de brilhante trabalho.
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