* in Portugueses Dispersos pelo Mundo
de José Júlio Gonçalves (ed. Agência-Geral do Ultramar)
"Os portugueses que vivem na Argentina reivindicam para a sua comunidade a glória de ser a primeira das comunidades portuguesas a estabelecer-se em território estrangeiro.
Em 1869 existiam na República Argentina 1966 portugueses, dos quais 778 em Buenos Aires.
Em 1872 chegaram a esta cidade 210 portugueses; em 1874 entraram mais 213; em 1875, 107 e em 1876, 101.
Vejamos, porém, qual a expressão quantitativa deste número de portugueses naquele país:
Em 21 de Março de 1881, o cônsul de Portugal resumia assim o movimento demográfico da colónia portuguesa na Argentina:
"Durante o período de 1844 a 1880 registaram-se neste consulado geral 2858 portugueses, e solicitaram passaportes para se retirarem do país 591, ficando por conseguinte 2267. Se d`deste numero se deduzem os que falleceram durante esse longo período, os que seguiram para território não portuguez, e os que retiraram por via de Montevideu, essa cifra ficaria extraordinariamente reduzida.
O censo de 1869 referia 1900 portuguezes existentes em toda a republica, e entre estes 360 faziam parte do exercito (...)
De 1870 a 1871 consta pela officina de imigração haverem entrado 1064 portugueses, mas é minha crença que esta cifra atinja o dobro, tendo-se em conta as chegadas por via de Montevideu e pelas províncias do litoral, que a officina não classifica (...) devem existir hoje em toda a republica 4 000 portugueses. Considero este calculo muito aproximado.
Por esta altura já o fenómeno da perda da língua nacional era assinalado pelo referido cônsul, que explicava o facto observando: "começa (o emigrado) a fallar o castelhano, e depois para sempre, mistura as duas línguas, não usando nem a portugueza nem a castelhana. Adaptavam-se, mas conservavam o portuguesismo.
De 1881 a 1913 - segundo o Dr. Nuno Simões - entraram na Argentina 24 997 portugueses; de 1921 a 1931, 24 358; de 1920 a 1926, 4 751; de 1927 a 1932, 3717, etc (...)."
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