... foi passar uns dias numa casa ao fundo desta rua
e, como dizem por lá, "anda tudo num polvaredo" ...
quarta-feira, 31 de julho de 2013
JARDIMAGENS
Portugal entre gente remota AUSTRÁLIA ( 7 )
Carlos Lemos - Cônsul honorário de Portugal em Melbourne
"A língua portuguesa é um problema. Claro que os mais antigos continuam a falar português, até porque, muitos deles nunca aprenderam a falar inglês a sério. O emigrante que vem para a Austrália já com uma certa idade, nunca chega a dominar a língua inglesa. Fala e tal ... De resto, em muitos casos, trabalha em fábricas ou em serviços em que há italianos e gregos, onde, portanto, não raro, o inglês não é o idioma dominante. Muitos nem se esforçam, nem têm, sequer, bagagem para se dedicarem a um estudo profundo. Agora a segunda geração, essa, é um problema, porque acaba por perder a língua portuguesa. Há uma tentativa de evitar isso, através de escolas étnicas que funcionam, praticamente, uma ou duas vezes por semana, com dificuldades ...
E o assunto é igual em todos os estados, porque o jovem, o filho do emigrante, que já começa a integrar-se nas escolas locais, tem também amigos australianos com quem convive e, por isso, acaba por perder o contacto regular com a nossa língua. Há falta de comunicação, falta de diálogo em português e, assim sendo, depois de algumas gerações, há o perigo de, gradualmente, a língua portuguesa desaparecer. Ou perder ímpeto."
terça-feira, 30 de julho de 2013
Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (2)
Dia Internacional da Amizade
... o Coelho disse-me hoje outra vez, em S. Bento,
que quer passar a viver maritalmente comigo ...
O que é que achas?...
... o Coelho disse-me hoje outra vez, em S. Bento,
que quer passar a viver maritalmente comigo ...
O que é que achas?...
Canteiro de palavras - "Quem sou?" LXV
1867/1930
Raúl Brandão
Há em mim várias figuras.
Quando uma fala a outra está calada.
Era suportável. Mas agora não; agora põem-se a falar ao mesmo tempo.
1888/1935
Bernardo Soares
Quem sou quando sinto?
Que coisa morro quando sou?
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Obrigado, Papa Chico!
O apelo do Papa Francisco a um certo irrequietismo jovem chega na hora certa. Entretanto, o perigo do desassombro pode estar nas interpretações que os extremos opinativos sejam tentados a dar ao que, de boa fé, foi dito ao mundo. É que não faltará por aí, como sempre (e por isso) gente mais papista do que o papa a aproveitar, não para rejuvenescer o quotidiano dos Homens, mas para lhe dar uma cor, de preferência, ÚNICA.
Obrigado, Papa Chico! Dá saudades a João Paulo II. Fico a rezar por ti - e pelos jovens a quem falaste.
Obrigado, Papa Chico! Dá saudades a João Paulo II. Fico a rezar por ti - e pelos jovens a quem falaste.
domingo, 28 de julho de 2013
Lá vem a Catrineta que tem muito que contar (1)
Ao cuidado do Sr. Dr. Passos Coelho,
com a sugestão amiga de, "nesta fase conturbada da vida da Nação", evitar improvisos - ou Conversas em Família ...
Reveja, por exemplo, o Marcello Caetano no DEPOIMENTO
"O governo apoiava-se numa organização cívica criada em 1932 sob o nome de União Nacional com o intuito de juntar à roda do programa do Movimento de 28 de Maio de 1926, refeito por Salazar ..."
Não convém, Senhor Doutor! Pode lixar as Autárquicas.Veja aí a atrasado o que aconteceu em 89, por exemplo.
Beijinhos,
a do Jardim
com a sugestão amiga de, "nesta fase conturbada da vida da Nação", evitar improvisos - ou Conversas em Família ...
Reveja, por exemplo, o Marcello Caetano no DEPOIMENTO
"O governo apoiava-se numa organização cívica criada em 1932 sob o nome de União Nacional com o intuito de juntar à roda do programa do Movimento de 28 de Maio de 1926, refeito por Salazar ..."
Não convém, Senhor Doutor! Pode lixar as Autárquicas.Veja aí a atrasado o que aconteceu em 89, por exemplo.
Beijinhos,
a do Jardim
Recortes da saudade de Amália e de Paredes
Falam os registos da saudade: Amália nasceu no dia 23 de Julho e Paredes faleceu no dia ... 23 de Julho. Vamos lembrar a data, ainda que com cinco dias de atraso. Graças às relíquias que, de vez em quando, descubro nos meus papéis velhos.
De uma entrevista a Amália Rodrigues publicada em 21 de Dezembro de 1989 na OLÁ
"... ... ... ... ... ... ... ...
A minha maior qualidade é não saber que tenho qualidades.
O que mais detesto é a mentira.
Chamam vício a beber, não bebo. Chamam vício a fumar, já não fumo.
A música de que mais gosto é toda a música árabe, flamenco e fado. Mas gosto também da música brasileira antiga e da lambada.
Gostaria de ser Maria Callas. Sou fadista por condição.
A primeira paixão foi cantar, depois foi Salazar, quando tinha 13 anos. Era o meu Principe encantado. Era importante, era bonito, era inteligente, era tudo ..."
De uma conversa com Carlos Paredes publicada em 9 de Setembro de 1989 na OLÁ
" ... ... ... ... ... ... ... ...
Tive variadíssimas paixões, mas a grande paixão de sempre é a guitarra portuguesa.
A simplicidade põe-nos, às vezes, em contacto com a parte mais rica das coisas. A minha música também é simples.
Todos nós desejamos ser conhecidos e apreciados pelas pessoas que nos rodeiam. A fama traduz-se no facto de haver pessoas que nos cumprimentam na rua, porque nos ouviram tocar e gostam. A fama é aquilo que nos permite multiplicar o número de amigos.
Fujo de sonhos loucos. Desejaria poder equilibrar as minhas aspirações com os meios de as realizar.
Há um mundo comum, embora existam formas diferentes de o captar. E é isso que faz com que o artista genial, seja escritor, músico, pintor, não esteja completamente isolado do resto do mundo. Existe um espaço em que todas as pessoas se entendem, em que amam as mesmas coisas. Somente um exprime essa coisa de forma mais elevada. Assim se compreende também uma certa relação entre a música e os músicos de várias partes do mundo.
O fado é uma música injustamente atacada ao longo dos anos. Conheço fadistas que através do fado falam do dia-a-dia das pessoas. Os fados são documentos sociológicos impressionantes. Temos o exemplo de Maria Alice, que vendeu milhares de discos, que traduziam as suas preocupações de ordem social e humana. O fado nos seus tempos áureos seria uma forma de imprensa popular."
De uma entrevista a Amália Rodrigues publicada em 21 de Dezembro de 1989 na OLÁ
"... ... ... ... ... ... ... ...
A minha maior qualidade é não saber que tenho qualidades.
O que mais detesto é a mentira.
Chamam vício a beber, não bebo. Chamam vício a fumar, já não fumo.
A música de que mais gosto é toda a música árabe, flamenco e fado. Mas gosto também da música brasileira antiga e da lambada.
Gostaria de ser Maria Callas. Sou fadista por condição.
A primeira paixão foi cantar, depois foi Salazar, quando tinha 13 anos. Era o meu Principe encantado. Era importante, era bonito, era inteligente, era tudo ..."
De uma conversa com Carlos Paredes publicada em 9 de Setembro de 1989 na OLÁ
" ... ... ... ... ... ... ... ...
Tive variadíssimas paixões, mas a grande paixão de sempre é a guitarra portuguesa.
A simplicidade põe-nos, às vezes, em contacto com a parte mais rica das coisas. A minha música também é simples.
Todos nós desejamos ser conhecidos e apreciados pelas pessoas que nos rodeiam. A fama traduz-se no facto de haver pessoas que nos cumprimentam na rua, porque nos ouviram tocar e gostam. A fama é aquilo que nos permite multiplicar o número de amigos.
Fujo de sonhos loucos. Desejaria poder equilibrar as minhas aspirações com os meios de as realizar.
Há um mundo comum, embora existam formas diferentes de o captar. E é isso que faz com que o artista genial, seja escritor, músico, pintor, não esteja completamente isolado do resto do mundo. Existe um espaço em que todas as pessoas se entendem, em que amam as mesmas coisas. Somente um exprime essa coisa de forma mais elevada. Assim se compreende também uma certa relação entre a música e os músicos de várias partes do mundo.
O fado é uma música injustamente atacada ao longo dos anos. Conheço fadistas que através do fado falam do dia-a-dia das pessoas. Os fados são documentos sociológicos impressionantes. Temos o exemplo de Maria Alice, que vendeu milhares de discos, que traduziam as suas preocupações de ordem social e humana. O fado nos seus tempos áureos seria uma forma de imprensa popular."
sábado, 27 de julho de 2013
O mundo e o submundo de La Rinconada (1980)*
* Apontamento de viagem ao serviço de O DIA
Caracas, Hipódromo La Rinconada - o segundo mais importante do Mundo (o primeiro é nos Estados Unidos, ao que dizem os especialistas). Domingo à tarde. Calor. Gravata obrigatória na tribuna. A "banca suiça" usa gravata e nem sempre anda ao sol. Vive nos corredores. Desafia aqui, "cobre" acolá, engana mais adiante, enquanto os apostadores fazem também o seu jogo falando com o ginete, dando uma palavra ao treinador, cochichando com o dono da montada. É o submundo dos cavalos, em que os únicos inocentes são, de facto, e quase sempre ... os cavalos. Tudo o resto é um complicado esquema de interesses em que se arriscam, ganham e perdem milhões. Do ponto de vistam espectacular, o importante não é tanto a corrida mas a assistência dos apostadores. Dir-se-ia que as corridas de cavalos deveriam ter uma pista ao meio e uma bancada de um lado para os que apostam e outra, do outro, para os que vão ver - os cavalos e ou os apostadores. Para uma visão de beleza, ritmo, elegância, equipa ginete-cavalo - a pista de corridas; para uma imagem de loucura, interesses de milhares, ou milhões, em jogo em poucos instantes, de gestos e gritos, de caras que se contraem e quase choram, de rostos que se animam, de olhos que se esbugalham e de mãos que se crispam ou fazem figas - a bancada dos apostadores.
O espectador que acaba de chegar e nada tem a ver com aquele mundo surpreende-se no primeiro instante, mas logo se apercebe que o que se passa é que o verdadeiro jogo se faz fora da pista, à sombra do mais perfeito bas fond em que os cavalos são o meio e o dinheiro o fim. Desportistas, são, deste modo, as bestas - que correm com doping ou sem ele, com pilhas eléctricas nas mãos dos ginetes, ou não, mas com aquele bom, alegre e puro instinto de vencer que não sabe o que é a Mafia, nunca ouviu falar nisso, orgulhando-se apenas, por vezes, da sua ascendência e dos prémios que ajudaram a ganhar - ao dono e "demais família" que nos corredores, e até fora do Hipódromo La Rinconada, aposta forte, ou faz apostar, nas suas virtudes.
À força de se integrarem na vida local, os portugueses também aqui jogam. E entram nas jogadas ... Continentais e madeirenses. Às vezes, começando apenas para tentar ganhar fortuna rapidamente. Quase sempre, como os demais, e, por fim, para recolher mil e acabar por perder dois mil.
No hipódromo, com efeito, desporto, desporto - só os cavalos o fazem, como podem e os deixam."
Caracas, Hipódromo La Rinconada - o segundo mais importante do Mundo (o primeiro é nos Estados Unidos, ao que dizem os especialistas). Domingo à tarde. Calor. Gravata obrigatória na tribuna. A "banca suiça" usa gravata e nem sempre anda ao sol. Vive nos corredores. Desafia aqui, "cobre" acolá, engana mais adiante, enquanto os apostadores fazem também o seu jogo falando com o ginete, dando uma palavra ao treinador, cochichando com o dono da montada. É o submundo dos cavalos, em que os únicos inocentes são, de facto, e quase sempre ... os cavalos. Tudo o resto é um complicado esquema de interesses em que se arriscam, ganham e perdem milhões. Do ponto de vistam espectacular, o importante não é tanto a corrida mas a assistência dos apostadores. Dir-se-ia que as corridas de cavalos deveriam ter uma pista ao meio e uma bancada de um lado para os que apostam e outra, do outro, para os que vão ver - os cavalos e ou os apostadores. Para uma visão de beleza, ritmo, elegância, equipa ginete-cavalo - a pista de corridas; para uma imagem de loucura, interesses de milhares, ou milhões, em jogo em poucos instantes, de gestos e gritos, de caras que se contraem e quase choram, de rostos que se animam, de olhos que se esbugalham e de mãos que se crispam ou fazem figas - a bancada dos apostadores.
O espectador que acaba de chegar e nada tem a ver com aquele mundo surpreende-se no primeiro instante, mas logo se apercebe que o que se passa é que o verdadeiro jogo se faz fora da pista, à sombra do mais perfeito bas fond em que os cavalos são o meio e o dinheiro o fim. Desportistas, são, deste modo, as bestas - que correm com doping ou sem ele, com pilhas eléctricas nas mãos dos ginetes, ou não, mas com aquele bom, alegre e puro instinto de vencer que não sabe o que é a Mafia, nunca ouviu falar nisso, orgulhando-se apenas, por vezes, da sua ascendência e dos prémios que ajudaram a ganhar - ao dono e "demais família" que nos corredores, e até fora do Hipódromo La Rinconada, aposta forte, ou faz apostar, nas suas virtudes.
À força de se integrarem na vida local, os portugueses também aqui jogam. E entram nas jogadas ... Continentais e madeirenses. Às vezes, começando apenas para tentar ganhar fortuna rapidamente. Quase sempre, como os demais, e, por fim, para recolher mil e acabar por perder dois mil.
No hipódromo, com efeito, desporto, desporto - só os cavalos o fazem, como podem e os deixam."
ALGARVE corridinho de ponta a ponta (18 ) - ALCOUTIM
Povoação muito antiga, aqui se fizeram as pazes entre D. Fernando de Portugal e Henrique II de Castela, em Maio de 1371. Vejamos o que as fotografias tiradas conseguem dizer ... Sendo certo que "falam" de Espanha - as fotografias e a GNR, que zela pela nossa fronteira: amigos, amigos, negócios à parte ... Ou não ...
O "fotógrafo" fotografado
Obrigado pela surpresa. Repare-se no ar fatigado com que fui "apanhado", durante a recente festa do FARRAPEIRO, no Dominguizo. A meu ver, estou com cara de quem já deu, pelo menos, umas dez voltas às ruas cheias de gente - e não quer ainda, apesar de tudo, ir para casa descansar.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
Virtual Choir 3
Confirme, se tiver "olhos" e ... e paciência
Dia dos Avós
Porque, dizem, hoje é DIA DOS AVÓS, uma das cartas de um livro a publicar (?) com muitas mensagens a ver passar quem passa ...
"... Janeiro de 2006, a propósito de um apontamento publicado na imprensa em Outubro de 1996:
... ... ...
O título do que vais ler poderia ter sido: Um avô sem resposta. Mas anota: não poderia ter sido, é!... Fui eu que não soube responder-te. Mas falei-te verdade. Tinhas 7 anos.
A PERGUNTA
A cena passa-se na Bósnia e é a televisão que a transmite a novos e velhos. O que as imagens mostram são civis, frente a frente, ameaçadores, munidos de varapaus e militares armados armados até aos dentes. Ambos os grupos pretendem fazer valer a sua verdade, mas o ambiente não é de festa. É então que, a meu lado, uma criança de sete anos me pergunta quem é que tem razão ...
Fico sem resposta e solto um NINGUÉM, sem jeito ..."
"... Janeiro de 2006, a propósito de um apontamento publicado na imprensa em Outubro de 1996:
... ... ...
O título do que vais ler poderia ter sido: Um avô sem resposta. Mas anota: não poderia ter sido, é!... Fui eu que não soube responder-te. Mas falei-te verdade. Tinhas 7 anos.
A PERGUNTA
A cena passa-se na Bósnia e é a televisão que a transmite a novos e velhos. O que as imagens mostram são civis, frente a frente, ameaçadores, munidos de varapaus e militares armados armados até aos dentes. Ambos os grupos pretendem fazer valer a sua verdade, mas o ambiente não é de festa. É então que, a meu lado, uma criança de sete anos me pergunta quem é que tem razão ...
Fico sem resposta e solto um NINGUÉM, sem jeito ..."
ALGARVE corridinho de ponta a ponta ( 17 ) - MÉRTOLA*
* Como que na "fronteira" entre o Algarve e o Alentejo, mas "inevitável" no trajecto histórico da região.
Nota: a última localidade neste corridinho será, de facto, algarvia, será Alcoutim. Mais adiante, para concluir esta série de apontamentos de viagem.
É um guia de Tesouros Portugueses, aliás, que ajuda a introduzir a "reportagem" fotográfica que, resumida, adiante se tenta mostrar.
"Mértola, vila antiquíssima, teve o nome latino de Myrtilis. Ptolomeu, nos inícios do século II da nossa era, considerou-a terra importante do Império Romano. Na Idade Média foi rodeada de poderosas fortificações, das quais subsistem vestígios.
Foi integrada na Coroa de Portugal em 1238, pelo rei D. Sancho II, monarca que a doou no ano seguinte à Ordem de Sant'Iago, da qual se tornou cabeça do Reino. O mestre D. Paio Peres Correia concedeu-lhe foral em 1254, renovado por D. Manuel em 1512."
Mas vamos às fotografias que podem existir outras ... tiradas com outros óculos, naturalmente ...
Nota: a última localidade neste corridinho será, de facto, algarvia, será Alcoutim. Mais adiante, para concluir esta série de apontamentos de viagem.
É um guia de Tesouros Portugueses, aliás, que ajuda a introduzir a "reportagem" fotográfica que, resumida, adiante se tenta mostrar.
"Mértola, vila antiquíssima, teve o nome latino de Myrtilis. Ptolomeu, nos inícios do século II da nossa era, considerou-a terra importante do Império Romano. Na Idade Média foi rodeada de poderosas fortificações, das quais subsistem vestígios.
Foi integrada na Coroa de Portugal em 1238, pelo rei D. Sancho II, monarca que a doou no ano seguinte à Ordem de Sant'Iago, da qual se tornou cabeça do Reino. O mestre D. Paio Peres Correia concedeu-lhe foral em 1254, renovado por D. Manuel em 1512."
Mas vamos às fotografias que podem existir outras ... tiradas com outros óculos, naturalmente ...