quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Lisboa - Carris, carreira 28 ( IV )

Como toda a gente, quando nasci, desde que me dessem de mamar, tudo estava bem. Hoje, rodeado de gente crescida por todos os lados, sem teta que me assegure aquele doce bem-estar dos tempos idos, lançado às feras de um quotidiano sanguinolento, tenho o olhar cheio de vícios, vícios com  V de ver, com que a sociedade me alimentou o crescimento. E é assim que me pedem para votar, para escolher, não entre crianças puras, mas entre matulões ávidos das tetas novas que o Poder põe ao dispor de quem, em sucessivas adaptações a um leonino quotidiano, refinou o seu jeito de mamar e, com despudor, disputa o luso PEITO LUSITANO, sem olhar a meios, subindo seguro e descendo tranquilo num qualquer 28 que lhe apareça, em Lisboa ou fora dela.

O que é, então, aqui, a CARREIRA 28, que sobe e desce na Lisboa antiga? É o que sobrou dos tempos do devagar e barato, dos tempos do bilhete operário, dos tempos dos ganhos com o suor do rosto. É a adaptação (inteligente, dirão alguns) de uma carreira que chegou a cheirar a suor, dir-se-á. Mas é também a carreira da batota, a carreira "engana forasteiros", é o Portugal-mentiroso ao seu melhor nível. Isolado do que se faz por aí? NÃO. Acompanhadíssimo em Espanha, e em ... e em ... na sociedade de engana tolos que TODOS fomos criando à nossa volta. Em todo

A verdade das cidades está nas suas traseiras, disse quem à Sociologia dedicou uma vida.

A carreira 28, é, por isso, uma mentira turística ou um "aperitivo" para ver para além de?...



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