Se querem saber quem seleccionou estes DESASSOSSEGOS, vão ao princípio da rua que está lá escrito, mas como isso pouco ou nada interessa ...
... melhor será, sem mais conversa, deixar-vos com boas companhias. Boas, mas ... mas um pouco estranhas, convenhamos. Aliás, se calhar foi, em parte, por isso que passaram à posteridade e apetece revê-las.
Ora leiam:
José Régio
"- Eu sou, a meus próprios olhos, um doido que por acaso nasceu com juízo."
Barbosa du Bocage
"Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura
Nariz alto no meio, e não pequeno:
(Digo de moças mil) num só momento
... ... ... ... ... ... ... ... ..."
Alexandre O´Neill
"O´Neill (Alexandre), moreno português,
cabelo asa de corvos; da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través
e ferida desdenhosa e não cicatrizada.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ..."
Bernardo Soares
"Pertenço (...) àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem."
Ruy Belo
"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Assim sou passado de dia em dia
confiado pelo dia que parte ao dia que chega
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... "
Almada Negreiros
"... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
O autor destas páginas também desenha e não sabe expressar por palavras a extraordinária impressão que recebe sempre que copia o perfil de qualquer pessoa. A natureza chega tão complexa às feições de cada um, que somos forçados a não aceitar cada qual resumido ao lugar em que a sociedade o põe.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ..."
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