quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Em jeito de aditamento ao "auto-retrato à la minute" de NOV. 2009












Não sei, ninguém sabe, o trabalho que, no ventre de minha mãe, tive para me fazer gente. Depois também não sei se me foi fácil, ou não, encontrar os seios que me haviam de fazer aumentar de peso e crescer, mas, pelas fotografias que me tiraram na altura e pelo que ouvi da minha progenitora, não me deve ter sido muito difícil medrar.

Vieram, entretanto, pouco a pouco, as traquinices, dizem, e, para aprender o A,E,I,O,U, tiraram-me, pela primeira vez, a liberdade - e fui para a escola copiar gestos e letras. E assim andei, mais tarde, a trabalhar por conta d'outros à mistura com o que, para as letras, a capacidade e o dinheiro davam. Mas, não sei como, de repente, achei-me a escrever, a escrever para que os outros lessem baixinho o que eu pensava.Contudo ... contudo o suficiente para, nos mapas, passar a ver mundo, mundo que, sem dar por isso, me soltava a vontade forte de o conhecer. E, como é difícil um homem bem bebido de leite materno ficar-se, fui ... E vi, do que deixaram, tudo - que foi pouco, mas o suficiente para espevitar a vontade de, por escrito e verbalmente, o sugerir aos outros. E estou nisto quando, sem dar por nada, já avô, há um primo que chega a minha casa e me "enche" de computadores: "tens que dizer isso a toda a gente ..." Não percebi logo à primeira, que a idade começava a impedir-me "grandes aventuras", mas ensaiei envolver-me "nisto" por virtude e mérito de um "manual de novas sabedorias" do século XXI", ditado por minha neta, entretanto, hoje, Mestra em Arqueologia ... O que, se olhar ao que não sabia e ao que aceitei "ser escavado", chego a não perceber como foi ... O que sei, de fonte segura, é que, chegado aqui, ter-me-ei aproximado decisivamente do meu infinito ...

Contudo ... contudo (é outra história - que vai rimar com a anterior...), estava eu a pensar isto mesmo quando se me avaria o telemóvel, já de si novidade em relação ao velho telefone de campainha que havia (?) quando nasci, e, catrapuz, os destas modernices não me vêem o eventual mortiço dos olhos e ... e pregam-me com um novo modelo ... Digital, disseram-me.Touch. E  há no ar como que uma anedota que completa a biografia que o "auto-retrato" do princípio deste blogue não conta ...

E assim me acho, preocupado com as mais de 40 pistas para saber coisas do mundo e ... e falar com a família, amigos e conhecidos - numa altura em que já quase não tenho cabelos que possam cair e que a paciência dos meus eventuais mestres pode estar a esgotar-se nas múltiplas escavações a que a vida contemporânea os obriga, passados que estão os saudosos tempos de Charlie Chaplin.

Vivo, pois (e assim me acrescento ao já aqui revelei no princípio desta aventura ...), na encruzilhada do Saber - que agora só lá vai se conseguir ser de experiências feito... Com a ajuda urgente dos que nasceram ontem, já no meio destas "novas tecnologias" que não têm nada a ver com o calor do regaço de minha mãe e o ar seráfico dos mestres que, menino, fui tendo - e que ainda hoje me ditam saudade por todo o lado ... Saudade dos tempos da velha ardósia. Quase, quase touch - no apagar, por exemplo.

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