quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Rescaldo de uma campanha eleitoral

A gente chega à aldeia, bem no centro do país, e o que encontra é o país ... Ele todo: discretamente triunfante ou ostensivamente sisudo: os cartazes que, em plena campanha eleitoral, tinham sido lidos de relance e os que, aprofundadas que estavam as lições do passado, se percebe que houve ali estudos de estratégia. Notório é, como foi, a diferença financeira em contenda, no tamanho dos cartazes, sobretudo: formato A3 uns, "ligaduras" gigantes outros. Mas é nas propostas encontradas quando se abrem as portas das casas de morada sazonal que se consegue o resumo da refrega:

A3 a quatro cores, para os de finanças mais expressivas.

A5 ou A6 para os de menos posses.

Nos A3, à "abundância" de espaço correspondem, em regra, fotografias sorridentes, tiradas tantas vezes quantas as necessárias para passar uma imagem de confiança, a partir de um sorriso discreto, mas em que, de preferência, se vejam os alvos dentes.

Nos A6, por exemplo, em regra, rostos tisnados pelo sol, mas, sobretudo, braços peludos e ao léu, que, se a técnica permitisse, cheirariam a suor...

No domínio das propostas, a regra geral é prometer sem prometer. Dizer metades ...

Ou, por insuficiência cultural, mas arrogância uma vida inteira contida, qualquer coisa como, para arrasar ou gozar, ao menos hoje, com uma ideia provocadora de conversas, não importa em que tom:

"Efectuar diligências no sentido de promover (a aldeia) a capital nacional das favas."

Dominador comum a todos os candidatos: gravata NUNCA ou excepcionalmente.

Óculos graduados, sim, sobretudo para candidaturas presidenciais ...




















Quanto à localização das faixas de propaganda, fundamental "chegar  primeiro" aos locais de maior concentração populacional e usar um discurso legível de dentro de um automóvel a 60 km à hora, mas que seja rapidamente "escondível" em caso de derrota ...

Entretanto, se o dinheiro disponível tiver sido escasso, qualquer folha de papel branco, impresso a uma cor, no formato A5 serve para meter por baixo das portas por voluntários de ocasião, ou não.

Jornais de campanha podem significar luxo, embora não devam ser considerados de somenos importância ...

Folhetos a cores com imagens de um eventual passado dedicado "à Coisa Pública" podem ser importantes, sobretudo nas caixas de correio de moradias ou andares comprados em propriedade horizontal.

Uma quantas centenas de "fotografias" de um imaginário boletim de voto com a cruzinha colocada sem enganos, pode resultar nas localidades de gente menos letrada.

Em qualquer caso, se possível, é uma apropriada escolha da citação de discursos dos candidatos que faz uma diferença "decisiva" (com indicação sumária da sua formação académica ou outra eventualmente relevante).

E assim se ganha ou perde - como se nada fosse, se tiver que ser.

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