quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Recortes do dito e do feito ( 10 ) - A flor da cor do canário

Prometo nunca mais escrever acerca da árvore que, autorizado, plantei em terreno alheio. De resto, anos passados sobre a data em que, para crescer, comeu torrões de terra e bebeu a água da chuva que se lhe infiltrou entre "pernas", nada mais há a dizer. Já a podem arrancar que, "nos filhos", bons ou ruins, que terá deixado, o ciclo da Natureza vai continuar. De certeza.

Como o daquele pássaro que ...



Pouco importa onde nasceu. Com pouco mais de seis anos feitos, o que se sabe é que, ao João apareceu há dias, inerte, caído na gaiola, o canário, seu companheiro de intermináveis conversas. Cada qual a seu jeito.

Intrigou-o aquela morte súbita, sem história. Chorou. Chorou muito, quando lho quiseram enterrar no quintal.

- E agora?... - interrogou incrédulo. - Como é?

- É ciclo da natureza que se cumpre - pretenderam, eruditos, explicar-lhe.

- ???

- Abres uma cova, aí, no terreno, deitas o pássaro lá dentro, tapas com terra e ... e esperas ... Mais tarde ou mais cedo, hás-de ver, nesse sítio, se calhar, uma flor amarela, da cor do teu canário.

- Ó tio, posso regá-la todos os dias?

- Podes com certeza.

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