domingo, 2 de março de 2014

Miró e uma certa tóxico-dependência ...

Diz-se tanta coisa, jogam-se tantos interesses, é tudo tão estranho aos olhos desprevenidos do Zé, que a gente nem sabe o que há-de dizer ... Pessoalmente, uma coisa sei: NÃO TENHO NENHUM MIRÓ - a não ser num ou outro livrito, se calhar, comprado numa feira ... De resto, confesso que não é dos meus pintores preferidos. Já os 150 milhões de euros de que se fala, bom, esses ... - esses também não os compreendo ... 

A primeira oportunidade de emprego que tive foi num banco e ... e chumbei na prova de acesso ... Era miúdo. Depois mirei a vida como foi possível, vendo exposições, cultivando o olhar ... Mas parando pouco nos Mirós que me quiseram mostrar ... Ninguém é perfeito: pelos modos, ERREI. Mas vivo feliz a "dizer" mal destes tipos que se governam com "produtos tóxicos" ... No fundo, são tóxico-dependentes ... Tomam MIRÓS e outras drogas caras, tá-se mesmo a ver ... Para mim, qualquer Rembrandt, ou mesmo um Picassito, me daria jeito ... Trabalho na PARVOlorem, que hei-de fazer?!...


"A Colecção Miró, um lote de 85 obras, composto por óleos, guaches e desenhos, foi adquirido pelo Banco Português de Negócios (BPN), gerido por José Oliveira Costa, a um coleccionador japonês em 2006.
Em 2007 a leiloeira Christie's avaliou a colecção em 81,2 milhões de euros e, algum tempo depois, a mesma leiloeira avaliou-a em 150 milhões.
Estas avaliações foram feitas quando a colecção pertencia ao BPN, enquanto banco privado.
Em Novembro de 2008, o BPN foi "nacionalizado" -apenas o lixo tóxico- e, depois de todas as aventuras e desventuras que decorreram da sua nacionalização, a Parvalorem-veículo estatal criado para gerir os activos tóxicos do BPN- através da sua administração, tornou a venda da Colecção Miró, uma das suas principais prioridades tendo, no final de 2013, "fechado" o negócio com a Christie's.
A Parvalorem não cumpriu os prazos legais estabelecidos na Lei de Bases do Património Cultural para pedir a devida autorização para a saída das peças para o estrangeiro e, embora com o parecer negativo da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a 21 de Janeiro de 2014, as obras já estavam expostas na leiloeira Christie’s, em Londres.
Agora vem a notícia mais interessante
:
Enquanto a Colecção Miró foi propriedade privada, foi avaliada pela Christie's por valores que ultrapassaram os 150 milhões de euros; agora que a mesma colecção é propriedade do Estado Português, a mesma leiloeira avaliou-a em apenas 36 milhões.
Para a palhaçada ser mais engraçada posso acrescentar que as condições da Christie's são estas: a licitação da venda da obra é de 36 milhões, sendo esta a importância a entregar ao Estado Português; tudo o que ultrapassar esse valor será propriedade da leiloeira.
Perceberam a jogada?
Uma providência cautelar "barrou" a concretização do negócio que, além de ilegal é um crime de lesa-pátria; entretanto, a Christie's já fez saber que continua interessada no negócio. Claro... tenho a certeza que sim...
Alguém tem dúvidas sobre a "transparência" destas negociatas?

Alguém, ainda, duvida de que esta gente, está UNICAMENTE ao serviço do capital explorador nem que tenhamos que ficar sem pele?"

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