Os 500 anos da chegada de Jorge Álvares à China passaram quase incógnitos, porque a China recusou quaisquer comemorações.
João Paulo Meneses
Os esforços da diplomacia portuguesa no sentido de envolver a China num programa que assinalasse os 500 anos da chegada do navegador português Jorge Álvares à China caíram pela falta de interesse, e de resposta, da parte chinesa.
O ano de 2013 passou sem que tivesse sido possível assinalar uma efeméride histórica que, de outra forma, teria direito a um programa com alguma ambição.
Segundo apurou o PONTO FINAL, o Governo português tinha interesse em promover um par de iniciativas que dessem corpo à ideia dos 500 anos de ligações entre Portugal e a China, mas a ideia foi abandonada por falta de interesse do outro lado – a efeméride terá sido conotada com um passado colonialista. Depois de alguns contactos ao nível diplomático, o projecto foi abandonado, não chegando a haver sequer uma proposta formal.
A incomodidade chinesa reflectiu-se no facto de nem uma só vez qualquer dirigente chinês ter referido a efeméride durante a viagem de Cavaco Silva à China – o Presidente português assumiu o mesmo comportamento.
Em contrapartida, foram muitos os momentos em que se evocaram os 35 anos das relações diplomáticas luso-chinesas, os 15 anos da RAEM ou mesmo dos dez anos do Fórum de cooperação criado em Macau.
As referências aos 500 anos limitaram-se a um conjunto de notícias da agência Lusa, a algumas iniciativas universitárias, a um carimbo filatélico da Câmara de Freixo de Espada à Cinta (de onde era natural Jorge Álvares) e, sobretudo, à cerimónia que se realizou a 14 de Dezembro em Macau, onde não estiveram representantes dos governos de Macau e de Portugal.
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