Iris Lei
Um estudo conduzido pela Associação de Luta contra os Maus Tratos às Crianças mostra que cerca de dez por cento de estudantes menores de idade já foram assediados sexualmente pelo menos uma vez.
A investigação foi encabeçada por Kwan Chi Fai, membro da associação professor no Instituto Politécnico de Macau, e apresentada no sábado, de acordo com o jornal Ou Mun. Através de questionários feitos em dez das 50 escolas do território, escolhidas de forma aleatória, foram entrevistados 960 adolescentes menores, a maioria entre os 15 e os 17 anos, num total de 1.216 alunos.
A Associação de Luta contra os Maus Tratos às Crianças é um sub-grupo da associação Against Child Abuse, de Hong Kong. Entre os inquiridos para este estudo que admitiram já ter sido assediados, dez por cento dizem ter passado por essa experiência três ou mais vezes.
Os números mostram que um em cada dez entrevistados já foi assediado sexualmente. “Carícias em partes sensíveis ou órgãos sexuais” é o acto mais habitual, revela o mesmo estudo.
Casos deste género aconteceram a jovens com idades tão precoces como os seis anos, mas são adolescentes a rondar os 15 anos que apresentam uma percentagem mais elevada. A média de idade de adolescentes mais sujeitos a assédio e de 14,6 anos para os rapazes e 13,1 para as raparigas.
O questionário perguntava também aos respondentes se amigos seus haviam tido experiências semelhantes. Doze por cento dos inquiridos disseram que conheciam pelo menos um menor que tivesse sido assediado – um em cada oito respondentes tem um amigo que já passou por isso. De acordo com os dados apurados, 70 por cento dos amigos das pessoas entrevistadas, com idades entre os 15 e 17 anos, já tiveram experiências do género – destas, dez por cento tiveram relações sexuais.
A associação conclui que jovens vítimas de abuso sexual tendem a ser mais ansiosos, a apresentar facilmente sinais de cansaço e maior tendência para cometer suicídio. A auto-estima destes adolescentes apresenta valores médios, considerados “não muito satisfatórios” pelos autores do estudo.
|
Sem comentários:
Enviar um comentário