Ser ou não ser Estado, talvez não seja o mais importante. O importante é TER ou NÃO TER qualidade. E a pergunta: no meio de tantos discursos, de tantos e tão diversos apelos, o que é que, na prática, oferece QUALIDADE? Isto é, saúde, equidade, sonho. Sim, SONHO, perspectivas. Que país, que região do mundo vive HOJE mais próximo do maioritariamente desejável? O que é a LIBERDADE, se "os direitos do teu dedo terminam onde começa o meu nariz"? A gente sabe, até pelas reacções ao que ouve (e houve) na rua ou lê no jardim, que a diversidade é coisa exigente porque requer paz, pão, habitação, saúde, educação - e não há, simultâneamente, inteligência para tanto ...
Lembro (penso que já o escrevi) que uma vez fui a uma reunião, em sala de responsabilidades camarárias, e estive demoradamente calado, no meio de uma dúzia de pessoas que "esgrimiam" palavras controversas, mas todas no aparente sentido do bem-comum.
A certa altura, o silêncio, pelos modos, tornou-se tão incómodo que alguém perguntou porquê? ...
"Sou o povo!" - respondi. E, logo a seguir, acabou a reunião, sem acta que se visse.
O certo é que, sobretudo, desde essa altura, sempre que posso, dou comigo a reler Cervantes, traduzido por Aquilino - e a pensar em Sancho.
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