terça-feira, 9 de setembro de 2014

Portugal entre gente remota - Camilo Pessanha, em MACAU (9)

Viola Chinesa a Wenceslau de Moraes

Ao longo da viola amorosa
Vai adormecendo a perlenda,
Sem que, amadornado, eu entenda
A lengalenga fastidiosa.

Sem que o meu coração se prenda,
Enquanto, nasal, miniciosa
Ao longo da viola morosa
Vai adormecendo a parlenda.

Mas que cicatriz melindrosa
Há nele, que essa viola ofenda
E faz que as asitas distenda
Numa agitação dolorosa?

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