segunda-feira, 13 de outubro de 2014

A cidade e as serras, caricatura de costumes

Para cada um sua verdade. Para quem, no meio da freguesia da ruadojardim7, se isola e "disserta" sobre o universo do título deste "post" (fora da aldeia é chique escrever em língua alheia ...), em síntese, a coisa é (é?...) assim:










a cidade tem a vantagem do anonimato
a aldeia tem a vantagem da salvação (saudação) repetida (logo na palavra salvação solta-se a beleza do tu-cá-tu-lá ...)

na aldeia ainda há o raminho-de-salsa fácil do vizinho
na cidade, às vezes, conhece-se um dos condóminos do prédio ao lado ...

na aldeia quando toca o sino toda a gente, em princípio, lhe ouve e conhece a música
na cidade, a igreja mais próxima, nem sempre é próxima ...

na cidade, não raro, desconhecem-se os horários dos transportes públicos, mas, em princípio, há muitos - mas chega-se atrasado ...
na aldeia, passam poucos transportes, mas quase ninguém os perde ...

na cidade, há médico de família, mas na aldeia toda a população é médica ou, na pior hipótese, percebe de todas as doenças - e tem mezinhas prontas e adequadas

na cidade, morre-se anónimo, na aldeia, não ...

na cidade são raras as boleias. Na aldeia, são vulgares ...

na cidade as zangas, com o tempo, podem ficar anónimas. Na aldeia, são eternas ...

na cidade, só meia dúzia de pessoas sabem o teu nome. Na aldeia, sabem o teu nome e o nome de toda a tua ascendência

na aldeia, os dias santos, antes de serem feriados, são dias santos ...

na cidade, em princípio, calças os sapatos para ires à rua. Na aldeia, muitas vezes, sais com o que trazes em casa ...

na cidade, não se conversa com estranhos. Na aldeia, quase não há estranhos ...

na aldeia, muitas vezes, vai-se à cidade ... Para a cidade, a aldeia, ou é especializada, por exemplo, em queijos, ou em localidade das redondezas ...

na cidade há cinemas que ninguém frequenta. Na aldeia, o cinema é uma festa

na aldeia, o cemitério é local "sagrado". Na cidade, não raro, a pergunta é: onde foi sepultado o senhor ... aquele que era casado com ...

na cidade, podes "abusar" da má língua nas conversas, por exemplo, de autocarro. Na aldeia, aí de ti que o faças ...

na cidade podes ser doutor e "ninguém" saber. Na aldeia, toda a gente sabe, mesmo que os estudos sejam só de frequência ...

na aldeia, as famílias conhecem-se todas. A cidade, é "feita" de desconhecidos, mas é uma festa, pode ser uma festa quando há reencontros ...

na cidade, casa-se com um/uma anónimo/a. Na aldeia, não há anonimatos

e sempre assim por diante ...

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