sexta-feira, 28 de novembro de 2014

APONTAMENTOS: Semana Cultural no interior da lusa Beira

Não sei se, antes do século XVIII, há registos acerca do Dominguizo ("abundância de castanhas, pan e azeitte, milho, feijões, nabais, trigos"). O que sei é que, até onde os factos revelam, é à figura simples do farrapeiro que se deve a sobrevivência da terra, hoje freguesia. Por que caminhos, ignoro, mas os do trabalho, com certeza. Os do trabalho duro e difícil de procurar restos para os dar a transformar a quem neles poderia ver indústria.

E se a agricultura, se o "chão", foi, para tudo, apoio sucessivamente alargado, não é difícil concluir que isso se ficou a dever, em boa parte dos casos, à determinação, à errância interna dos que, aproveitando conjunturas, desse tudo fizeram pão e do pão "deram à luz" gerações que vingaram e, encurtando a "conversa", são hoje a juventude que se pode ver e sentir - no discurso e na acção. A Universidade da Beira Interior, por exemplo, não terá nascido da realidade farrapeira, mas a sua necessidade, apetece escrever, ter-se-á feito sentir lá perto ...

Seja como for, vontade/necessidade, necessidade/vontade, há nos Estudos Superiores da região qualquer coisa de farrapeiro, não diria na prática, mas numa certa maneira de, no Interior, sobreviver e, nessa luta, vingar e iniciar as transformações em curso. Sem lutas? Não, com lutas. As naturais - entre as compreensíveis inseguranças de alguns e a força do Saber de, hoje, muitos.

A Semana Cultural do Dominguizo, de que se dá testemunho fotográfico ("porque é que tiras tantas fotografias?...") foi, para tudo, a medalha na oportunidade devida - a repetir sempre que possível e venha ao caso.






















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