Ora bem, hoje vou partilhar convosco um "desabafo" que me chegou por via de mão amiga e pena jornalista (AF): "é cada vez mais difícil publicar livros, há grandes interesses em jogo, há monopólios, há negócios."
Em suma, NINGUÉM lê - VÊ, vê apenas. A não ser que o autor consiga patrocínios para o seu trabalho ( e venda baratinho ...) e/ou faça parte do circulo restrito dos amigos do elogio mútuo. Também.
Entretanto, já agora, o desabafo alheio, cujo potencial livro se apresenta com o título ...
Hoje, só para chatear, vou partilhar alguns pensamentos convosco, se tiverem paciência para os ler (se é que alguém se dá ao trabalho!).
Quando comecei a escrever umas histórias um bocado mais longas, começaram a chatear-me com o “pá, devias era mandar isto para uma editora”.
Não liguei muito, para ser franco. Ser escritor não era (nem é) um objectivo, não é algo que me deixe embevecido ou orgulhoso. Simplesmente é algo que aconteceu. Aparentemente parece que tenho algum jeito para contar histórias.
A insistência, por parte de quem me lia, quer de pessoas conhecidas, quer de completos desconhecidos que se vieram a tornar amigos, era tão grande que lá me decidi e contactei um monte de editoras.
Todos os grandes nomes da edição nacional responderam que não publicavam autores com primeiras obras!
Quase todos os outros fizeram propostas de edição que me fizeram rir às gargalhadas!
Basicamente, as editoras que por aí andam editam seja o que for que lhes seja submetido…
…desde que o autor se comprometa a ficar com um determinado numero de livros. Em troca, os restantes são distribuídos por livrarias avulso ou, em alguns casos (raríssimos), com uma distribuição mais alargada e profissional, é feita uma sessão de lançamento numa sala qualquer que, por norma, até é cedida gratuitamente para o efeito e a editora pede ao autor que peça a alguém para aparecer e falar sobre o autor e o livro, promove-se a sessão, nos blogs e facebook, faz-se uma sessão de autógrafos e está o assunto despachado. O autor tem, de seguida, caso queira reaver (parte) do investimento vender os livros ou, em alternativa, ficar com eles, oferecê-los…
Ou seja, basicamente estas editoras oferecem um selo e são intermediários entre a gráfica que imprime os livros e o autor. Uma vez que o investimento da editora está coberto à partida com os livros com que o autor fica, a editora não tem nada a perder e a maior parte desresponsabiliza-se assim que acaba a sessão de lançamento. Depois, se o livro vender, vendeu, a editora arrecada a maior fatia dando normalmente uns royalties miseráveis ao autor. Se não vender, paciência…
Isto não difere muito daquilo que seria uma edição de autor, com uma diferença: a edição de autor sai muitíssimo mais barata.
Nunca quis seguir por esta via. E não segui porque se uma editora não está disposta a investir num autor e a correr um risco, nada pode garantir ao autor a qualidade do seu trabalho.
Houve uma editora que correu esse risco comigo e o editor resolveu apostar porque considerava o meu trabalho viável e valido. No entanto, ainda assim e contra todas as minhas espectativas, o esforço em relação aos livros não diferiu muito do que fariam as outras, a distribuição foi deficiente ou quase nula, e os livros andam algures, sem praticamente ninguém saber que eles existem.
Pouco depois de escrever aquele que veio a ser o meu primeiro romance publicado, “Lilith”, acabei um outro que nunca foi dado ao prelo porque o editor o considerava muito “duro”. Na opinião dele, ninguém quer levar estalos na tromba de um desconhecido qualquer (eu), e o livro começava precisamente com uma série de estalos na tromba, isto apesar de, quase unanimemente, quem o leu ter afirmado que era uma história incomparável.
E eu, depois de muito me desiludir com o mercado editorial português, resolvi tomar uma via alternativa. Uma via que permite que o livro esteja disponível em todo o mundo, em formato de papel e digital, mais barato que um edição convencional, com descontos brutais no formato digital a quem comprar a edição em papel.
É este o livro:
e está disponível aqui:
A história anda à volta de alguém que detesta a humanidade e, por consequência, a si próprio, que descobre mensagens codificadas na chuva e que se referem sempre a eventos futuros, sendo as mensagens, de alguma forma, direccionadas para si mas sempre referentes a algo externo. A sua curiosidade leva-o a forçar-se a interagir com os destinatários das mensagens, colocando em movimento uma cadeia de acontecimentos com um impacto crescente e resultados imprevisíveis.
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