domingo, 8 de fevereiro de 2015
Eleições à vista num país tendencialmente pedestre
De um e-mail recebido, que se agradece pela oportunidade - eventualmente dupla.
Por exemplo:
Ó senhor Presidente Costa, veja lá se resolve aquela merda do trânsito, à beira-Tejo, entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia ... Temos que andar muito tempo a pé.
Mas, perdão, se foi essa a intenção de V.Exa., pode dormir descansado que foi óptima: as pessoas vêem agora um Terreiro do Paço com vida, mas só a pé conseguem sair de lá - os autocarros emperram, os carros particulares fartam-se de ver as traseiras dos ministeriais edifícios. Isto é, na zona, pelo menos, a promoção do "ande a pé" é já, sem dúvida, um êxito: pode ver-se o Campo das Cebolas, pode admirar-se a Casa dos Bicos, podem ler-se, sem pressas, os livros do Museu Saramago, pode cheirar-se tranquilamente a maresia ...
Mas como há outras situações idênticas na sua/nossa Lisboa, o senhor talvez tenha razão: a pé é que é bom!
Na cidade toda, no país todo. Tanto mais que, bem vistas as coisas, não tarda que quase toda a gente esteja descalça: pobre e ex-remediada. Para começar, na capital - por falta de capital... Mas, com calma e V.Exa. nos Ministérios, a coisa poderá resolver-se.
Sugerem-se dizeres nos cartazes. Por exemplo:
"queres bom e barato, anda a pé que poupas na bolsa e ganhas na saúde"
Outro:
"queres revisitar o Terreiro do Paço, em Lisboa, mas já não tens dinheiro para comprar sapatos? Não te preocupes: descalço, os pés vão ficar-te a cheirar à doce maresia do Tejo"
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