Um dia, já lá vão dezenas de anos, trabalhando numa empresa cujo objectivo era vir a produzir prédios (*) totalmente pré-fabricados, sugeri à respectiva administração que, antes que isso acontecesse em Portugal, financiasse a viagem de autocarro a França para que toda a gente, não directamente envolvida na produção, soubesse, ao vivo e com antecipação, como é que as coisas iam acontecer ...
A administração gostou da ideia (entusiasmou-se, mesmo) garantiu o valor das viagens (ida e volta, naturalmente), houve contactos com França para que, durante a estada, as refeições locais fossem de borla e, de repente, perante tanto entusiasmo, assentou-se num dia para o início das inscrições para a "acção de formação" além-fronteiras. Seria o dia X, a partir das 9 horas da manhã.
Resultado: apareceu um interessado e o proponente que, como ficou expresso, era eu ...
Pedi desculpa à administração pelo "incómodo", voltei a agradecer a sua disponibilidade e ... e até hoje ...
Porquê, então, agora esta mensagem? Apenas para sublinhar o argumento, quase unânime ouvido e que envergonharia, por exemplo, qualquer cidadão normal - ou não:
"não confirmei a minha presença porque ia gastar muito dinheiro em ... em prendas ..."
Conclusão: às vezes somos uns merdas. Vaidosos, sem termos onde cair mortos ...
Fica o desabafo - ou talvez mais do que isso ... Olhem, foi do que se falou hoje no banco (no banco deste jardim). É que também somos estes ... estes do parecer e não ser... Percebo-o, agora, aqui, melhor, com os anos também, neste espaço, onde nem sempre há sol e cheira bem.
* Hoje, em Santo António dos Cavaleiros, a quatro quilómetros de Lisboa, podem ver-se centenas de habitações, construídas segundo esta patente francesa (FIORIO), após natural aprovação do LNEC, que, até hoje, resistiram a tudo. Até a esta plebeia, e inicial, falta de curiosidade profissional de alguns não técnicos.
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