quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Macau: maior e mais complexa criminalidade, com burlas a subir


by PONTO FINAL
"O ano de 2014 foi aquelecrime informático em que a Polícia Judiciária (PJ) teve  mais trabalho nos últimos tempos. Ao todo, foram abertos 10 737 processos, um aumento de 4,5 por cento em relação aos (10 272) registados no ano anterior. Os crimes relacionados com jogo, as burlas e o crime informático foram os que tiveram maior subida.
O número total de processos concluídos foi de 12 238, uma subida de 2506 casos, comparativamente aos 9732 registados em 2013. Aumentou igualmente o número de indivíduos presentes ao Ministério Público – de 2419 para 2627.
“Os números demonstram que a criminalidade em Macau está a aumentar e a tornar-se mais complexa à medida que a sociedade se desenvolve”, observou director da PJ, Chau Wai Kuong, na conferência de imprensa em que foi apresentado o relatório com os dados estatísticos da criminalidade do último ano. “Resolvemos vários casos de apostas ilegais dentro dos casinos”, destacou o responsável, revelando os números: 3023 casos (2599 em 2013), que incluem 71 casos de sequestro (39) e 208 de agiotagem (161). O aumento deve-se, possivelmente, “aos crimes que resultaram da entrada numa fase de ajustamento do sector do jogo”, mas também “ao reforço dos patrulhamentos efectuados pela PJ nos casinos, que contribuíram para a descoberta de mais crimes”.
Burlas a subir
O relatório revela ainda uma “subida notável” no número de casos de burla – 505 casos que representam uma subida de 54,4% em relação a 2013, isto sem ter em conta os crimes de burla praticados com recurso à Internet, incluídos nos números do crime informático (ver texto “Crime informático a nu”).
O tipo de burla que mais cresceu foi a praticada pelo telefone, com 375 casos (121 em 2013). “Isso mostra que a população tem uma noção fraca deste tipo de burla. Temos de reforçar o nosso trabalho nesta área”, considera Chau Wai Kuong.
A descida no número de crimes relacionados às drogas – 114 casos (contra 191 em 2013) com 160 pessoas envolvidas (276) – pode parecer animadora à primeira vista, mas esconde uma realidade diferente. De acordo com a PJ, esta redução pode vincular-se com um consumo de droga menos visível. “O consumo no interior das habitações coloca problemas à intervenção da PJ, que só se pode dar mediante um despacho do juiz. Caso contrário, quaisquer drogas apreendidas perdem valor em tribunal”, explicou o director da Judiciária, lembrando que o prolongamento das travessias nas fronteiras para 24 horas também tem afectado o consumo: “Cada vez mais residentes de Macau têm ido consumir drogas na China Continental. Vamos reforçar a nossa acção na Zona Norte”, revelou.
Os restantes tipos de crime registaram uma diminuição em relação a 2013."
Rodrigo de Matos

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